Camaradas D’água: mestres inventores de um jogo de linguagem matemático envolvendo um tempo e espaço outro

Autores

  • Juciara Guimarães Carvalho Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC/PPGECT.
  • Claudia Glavam Duarte Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS. Campus Litoral Norte. Tramandaí/RS.

DOI:

https://doi.org/10.18316/2236-6377.16.36

Palavras-chave:

Jogos de Linguagem Matemáticos, Tempo, Espaço, Pescadores Artesanais, Etnomatemática.

Resumo

Este artigo propõe apresentar entendimentos – às vezes desentendimentos – sobre uma racionalidade matemática que se entrelaça com os modos de habitar o tempo e o espaço vivenciados pelos pescadores artesanais de Florianópolis/SC e Tramandaí/RS. Procuramos evidenciar jogos de linguagem de quatro Camaradas D’água, mestres inventores de um tempo e espaço, como colocam a operar saberes como a medição, divisão, normatização e ordenação. Ao mesmo tempo, são passíveis de criar elos entre as semelhanças de família e descontinuidades dos jogos de linguagem presentes em cada mar-lagoa. No mundo da pesca artesanal, o tempo permite ter tempo, mas não um tempo clichê contado pela rigidez dos ponteiros. Falamos de um tempo outro que se mistura, se divide, escapa, flui, corre e para. O tempo é peixe. Contudo, não só o tempo, mas também o espaço é peixe. Um espaço ora liso, nômade, ora estriado, mas sempre vivo, que flutua, desliza e mistura os caminhos ao criar condições para territorializar, des-territorializar e re-territorializar. Em curtas palavras, um tempo e um espaço outro inventado para dar vida ao viver.

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Publicado

2016-12-20

Edição

Seção

Artigos