A culpa histérica ou a histérica culpa?

Problematizações sobre a “mulher nervosa”

Abstract

Este artigo tem como objetivo problematizar as questões que envolvem o feminino e a mulher, com ênfase na relação entre culpa, loucura e histeria. Para isso, utiliza-se uma abordagem teórica fundamentada nos pensamentos de Foucault, Freud e Nietzsche, além de diversas autoras contemporâneas que discutem as implicações da culpa sobre a figura feminina. O método adotado consiste em uma análise bibliográfica, que percorre ecos históricos sobre a construção social da mulher, marcada por narrativas que a associam à irracionalidade e à patologia, especialmente a partir do conceito de "força uterina irascível". Ao longo do artigo, foram analisadas as produções culturais e filosóficas que reforçam estereótipos relacionados à loucura e à histeria femininas. Os resultados indicam que essas narrativas continuam presentes em discursos contemporâneos, perpetuando um ciclo de violência simbólica contra as mulheres. A conclusão do estudo aponta para a necessidade de questionar os lugares sociais e históricos atribuídos ao feminino, evidenciando a importância de desconstruir concepções que vinculam a mulher à histeria e à culpa, bem como de promover novos olhares críticos sobre o papel da mulher na sociedade.