Olhares para a paisagem desde a arquitetura da Alhambra: realidade patrimonial
DOI:
https://doi.org/10.18316/mouseion.v0i29.4669Palavras-chave:
Arquitetura, Contemplação, Paisagem, Granada AlhambraResumo
Na cidade palaciana da Alhambra existem vários espaços nazarís que expressam uma clara vocação contemplativa da paisagem. Isso parece surpreendente e incomum em uma era medieval em que os interesses defensivos e o uso produtivo do território prevaleceram sobre qualquer outra consideração em relação a ele. O desejo de olhar e recriar se manifesta não apenas em sua posição, configuração espacial e abundância de cavidades, mas também, em alguns casos, nos testemunhos históricos ou nos textos epigráficos imortalizados na própria arquitetura. Desperta grande interesse, em primeiro lugar, essa vontade de olhar o ambiente de forma descompromissada e aparentemente desinteressada na Idade Média, na qual, teoricamente, a noção de paisagem em território europeu ainda não havia sido iluminada. Trata-se, por outro lado, de uma arquitetura muito antiga e singularmente destinada à atividade contemplativa, sem precedentes claros em termos de sua relação visual intensa com a paisagem circundante. Sua condição patrimonial é inquestionável, entre outras coisas, devido à interdependência desta arquitetura com a paisagem de Granada, a qual procura enquadrar e contemplar. Além disso, a espacialidade alcançada estabeleceu precedentes na maneira de projetar espaços a serem observados, que se mantiveram até hoje. A análise de uma série de espaços selecionados também leva a questionar a linearidade teórica e os postulados simplificadores da história da paisagem, a fim de reabrir o debate devido às peculiaridades históricas, sociais e culturais de cada território.
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