Desenhar a água para ver a Alhambra

Autores

  • Carmen Barrós Velázquez
  • Francisco J. del Corral del Campo WaterScales Arquitectos

DOI:

https://doi.org/10.18316/mouseion.v0i29.4676

Palavras-chave:

Água, Paisagem cultural, Desenho, Alhambra

Resumo

A Alhambra e a paisagem cultural que a constitui, com seus fascinantes patrimônios herdados, têm maravilhado a turistas e visitantes, desde sua construção, que buscam captar suas belezas por meio das mais diversas representações artísticas, entre elas o desenho. O correto emprego dos materiais, como a demonstrar verdade e sinceridade em sua construção, torna-se um exemplo de permanente contemporaneidade, graças a sua misteriosa simplicidade. Dentre eles, pode-se destacar a água, estruturante da paisagem, origem dos assentamentos humanos na colina de Sabika e elemento simbólico para os fundadores e, talvez, o mais enigmático e importante material que constitui a paisagem cultural da Alhambra. Entender a água, matéria sutil e poderosa, estreitamente ligada ao “Espaço Alhambra”, será o mesmo que compreender a essência de seus lugares. Por isso, para “ver” uma de suas ferramentas mais simples e eficazes empregadas pelo arquiteto seria o desenho a mão. O simples movimento do lápis por uma folha em branco radiografando a realidade do líquido, transcrevendo sua mensagem, trazendo à luz sua materialidade e seu modo de se relacionar com o contexto, torna-se uma aventura fascinante. “Ver a água com as mãos” seria, desse modo, decifrar os códigos que tornaram possível a paisagem da Alhambra e sua arquitetura. Percebe-se um caminho traçado para a água e seus espaços, onde a palavra aparece somente como um complemento específico de indicação, ou como elemento-chave para se entender algum aspecto concreto. Busca-se escutar a voz da água, compreender sua linguagem e transformar seu modo de ver. Neste olhar, mais do que nunca líquido, intenta-se despertar e provocar no leitor a alegria de continuar observando.

Publicado

2018-07-02

Edição

Seção

Dossiê