Distribuição dos Casos de Sífilis Congênita na Região Sudeste Brasileira: Análise Espaço-temporal

Autores

  • Iago Sávyo Duarte Santiago Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Cariri
  • Cecília Paz Lopes
  • Débora Maria Sousa Alexandre
  • Estelita Lima Cândido
  • Rener Costa Pires

DOI:

https://doi.org/10.18316/sdh.v9i3.7415

Palavras-chave:

Sífilis congênita, Epidemiologia Descritiva, Doenças Transmissíveis, Saúde da Criança

Resumo

Objetivo: O presente estudo objetiva descrever a situação epidemiológica da sífilis congênita na região Sudeste brasileira de 2016 a 2018, observando se há diferenças significantes nas variáveis analisadas.

Método: Trata-se de um estudo de prevalência a partir de dados oficiais do Ministério da Saúde brasileiro. A análise foi conduzida adotando-se testes para comparação de médias e proporções com significância a 0,05.

Resultados:  Rio de Janeiro apresentou o maior número de registros no triênio (média: 3.982,3±451,59), seguido por São Paulo (média: 3.902,0±208,2), sendo ambos significativamente maiores que Espírito Santo (média:599,6±40,5). A comparação entre os estados revelou valor significante (p=0,0237). A análise das variáveis revela que os resultados não são significantes para a idade da criança no momento do diagnóstico e para a faixa etária da mãe. Diagnóstico final, realização de pré-natal, escolaridade da mãe e tratamento do parceiro apresentaram resultados significantes em alguns estados. 

Conclusões: Os resultados diversos quanto à significância dos valores entre os estados demonstram as distintas realidades enfrentadas por cada Unidade Federativa. Constata-se um aumento nas notificações de sífilis na região, o que pode indicar um real aumento ou pode ser resultado da busca ativa de casos efetuada pelo serviço de vigilância epidemiológica.

Referências

Peeling RW, Mabey D, Kamb ML, Chen XS, Radolf JD, Benzaken AS. Syphilis. Nat Rev Dis Primers. 2017 Oct 12; 3:170-73.

Tampa M., Sarbu I., Matei C., Benea V., Georgescu S.R. Brief History of Syphilis. J Med Life. 2014 Mar 15; 7(1): 4–10.

Carmona-Gutierrez D, Kainz K, Madeo F. Sexually transmitted infections: old foes on the rise. Microb Cell. 2016 Sep 5; 3(9):361-362.

Singh AE, Romanowski B. Syphilis: review with emphasis on clinical, epidemiologic and some biologic features. Clin Microbiol Rev. 1999 Apr; 12:187-209.

World Health Organization. WHO Guidelines For The Treatment of Treponema pallidum (syphilis). Geneva: WHO; 2016.

World Health Organization. WHO guideline on syphilis screening and treatment for pregnant women. Geneva: WHO; 2017.

Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV). Boletim Epidemiológico - Sífilis. Ano 00 - nº 00. Brasília, 2018. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2018/boletim-epidemiologico-de-sifilis-2018; Acesso em: 23 Jun 2020.

Carrara S. Tributo a vênus: a luta contra a sífilis no Brasil, da passagem do século aos anos 40. A sífilis e os sifilógrafos no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; 1996.

Organização Mundial de Saúde. Eliminação Mundial da Sífilis Congênita: fundamento lógico e estratégia para ação. Genebra: OMS; 2008.

Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Boletim Epidemiológico - Sífilis. Ano V - nº 1. Brasília, 2019. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-sifilis-2019. Acesso em: 07 Jun 2020.

Ministério da Saúde. Indicadores e dados básicos da sífilis nos municípios brasileiros. http://indicadoressifilis.aids.gov.br/ (acessado em 07/Jun/2020).

Ayres M, Ayres MJ, Ayres DL, Santos AS. BioEstat 5.3. Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Sociedade Civil Mamirauá MCT - CNPq, Belém, 2007

QGIS Development Team. QGIS Geographic Information System. Open Source GeospatialFoundation Project. 2020. Disponível em: https://www.qgis.org/en/site/

Avelleira JCR, Bottino G. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. An. Bras. Dermatol. 2006 Mar; 81( 2 ): 111-12

Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP, Coordenadoria de Controle de Doenças, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Guia de bolso para o manejo de sífilis em gestante e sífilis congênita. 2a Edição. São Paulo: Secretaria de Estado da Saúde; 2016.

Centro de Referência e Treinamento em DST/AIDS, Coordenadoria de Controle de Doenças, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Guia de Referências Técnicas e Programáticas para as ações do Plano de Eliminação da Sífilis Congênita. São Paulo; 2010.

Viellas EF, Domingues RMSM, Dias MAB, Gama SGN, Theme Filha MM, Costa JV et al. Assistência pré-natal no Brasil. Cad. Saúde Pública. 2014; 30(Suppl 1): S85-S100.

Domingues RM, Lauria Lde M, Saraceni V, Leal Mdo C. Manejo da sífilis na gestação: conhecimentos, práticas e atitudes dos profissionais pré-natalistas da rede SUS do município do Rio de Janeiro. Cienc Saude Colet. 2013;18(5):1341–51

Ministério da Saúde, Brasília – DF. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis. ISBN 978-85-334- 2445-6, 2016; 1:1-54.

Rac MW, Revell PA, Eppes CS. Syphilis during pregnancy: a preventable threat to maternal-fetal health. Am J Obstet Gynecol. 20ar17;216(4):352-363.

Workowski KA, Bolan GA; Centers for Disease Control and Prevention. Sexually transmitted diseases treatment guidelines, 2015. MMWR Recomm Rep. 2015 Jun 5;64(RR-03):1-137. Erratum in: MMWR Recomm Rep. 2015 Aug 28;64(33):924.

Nonato SM, Melo APS, Guimarães MDC. Syphilis in pregnancy and factors associated with congenital syphilis in Belo Horizonte-MG, Brazil, 2010-2013. Epidemiol. Serv. Saúde. 2015 Dec;24(4): 681-694.

Domingues RMSM, Leal MC. Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo Nascer no Brasil. Cad. Saúde Pública. 2016;32( 6 ): e00082415.

Padovani C, Oliveira RR, Pelloso SM. Sífilis na gestação: associação das características maternas e perinatais em região do sul do Brasil. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2018;26: e3019.

Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Gonçalves MLC. Epidemiologia da sífilis gestacional em Fortaleza, Ceará, Brasil: um agravo sem controle. Cad. Saúde Pública. 2010 Sep;26( 9 ): 1747-1755.

Downloads

Publicado

2021-12-03

Edição

Seção

Artigos Originais