Adolescentes em contexto de vulnerabilidade: um relato de experiência

Abstract

Este trabalho tem por objetivo apresentar o relato de experiência vivenciado no estágio em psicologia social comunitária, realizado junto a dois grupos de adolescentes, de ambos os sexos, com idades entre 13 e 17 anos, vinculados ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, de um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), localizado no município de Cachoeirinha. Os encontros foram realizados semanalmente, sendo um grupo pela manhã e outro grupo pela tarde, no período de março a julho de 2023. Na sua maioria são adolescentes provenientes de famílias carentes, com vulnerabilidades materiais e subjetivas. O propósito da realização dos grupos era trabalhar aspectos relativos aos projetos de vida, visto que estavam experienciando o processo de transição entre a infância e a adultez, período marcado por diversas mudanças físicas, psicológicas e sociais. Os temas que emergiram dos encontros referiam-se à identidade, sexualidade, relações familiares, afetivas e com amigos, escolaridade, formação para o trabalho, além de violências e uso de drogas. Os temas foram trabalhados através de dinâmicas e discussões, onde a palavra circulava, produzindo reflexões e mudanças de atitudes nos jovens. Experienciou-se a atuação da psicologia para além dos muros das práticas tradicionais, comprometida com a realidade social contemporânea. O olhar se direcionou para essa fase da vida, a adolescência, com suas demandas e vicissitudes, em contexto de vulnerabilidades. O estágio nos grupos possibilitou aprofundar os conhecimentos sobre essa fase do desenvolvimento, compreender que cada um possui suas próprias vivências, necessidades e perspectivas. Inúmeras vezes foi necessário, enquanto facilitadores, adaptar as estratégias de trabalho para atender às demandas específicas de cada indivíduo/grupo contextualizadas com seu meio. Foi importante criar um ambiente seguro e acolhedor para que os jovens pudessem expressar suas dúvidas, preocupações e experiências, sem julgamentos, estabelecendo uma relação de confiança e empatia, respeitando as suas crenças e valores.