O sincretismo na arte sacra das Missões Jesuíticas dos guarani: Índio Santo e Santo Índio
DOI:
https://doi.org/10.18316/mouseion.v0i32.5437Palabras clave:
Sincretismo, Arte sacra, Missões Jesuíticas, GuaraniResumen
As Missões Jesuíticas foram espaços coloniais muito peculiares, cuja interação entre os europeus e indígenas foram orientadas pela catequização e evangelização das comunidades, em um ambiente de ordem, trabalho e oração. A Companhia de Jesus, em sua tarefa missionária, levava consigo conceitos importantes de desenvolvimento, como a arquitetura, a escultura, a marcenaria e a música, o que proporcionou um rico cenário material no período do apogeu das Missões. Nesta sinergia entre o cristianismo católico apostólico e o imaginário guarani, a arte sacra desenvolvida durante os séculos XVII e XVIII nestes espaços encontra um significado diferenciado, pois dotada de enorme sincretismo e fusão de elementos locais – especialmente os fenotípicos, que ressignificaram a expressão estética até então vigente para a representação das imagens sagradas de Jesus, Maria e dos santos católicos. Importante salientar que as peças eram feitas pelos guarani, cujas técnicas de escultura, estatuária e policromia lhes foram ensinadas pelos padres jesuítas, de maneira que tais representações lhes aproximaram da nova religião que lhes fora transmitida. O período coincide com a Contrarreforma católica e com a ascensão do movimento Barroco na arte, a reação enérgica da Igreja à Reforma Protestante, que, além de multiplicar o número de fiéis ao redor do mundo, com a conversão – imposta ou aceita - de grande parte da América em territórios cristãos, ainda alterou de forma significativa os padrões estéticos da arte no novo continente em redefinição. Assim, do estudo destas formas de representação do sagrado por parte dos indígenas ditos ‘missioneiros’ resulta o presente artigo, versando sobre a representação sincrética na arte sacra das Missões.
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