Percepções e práticas promotoras de saúde no contexto de mulheres agricultoras familiares

Autores

  • Adriana Carolina Bauermann Farmacêutica, Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó. http://orcid.org/0000-0002-8820-247X
  • Maria Assunta Busato Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Chapecó, Santa Catarina. Doutora em Biologia pela Universidade de Barcelona (UB), Barcelona, Espanha. Pós-Doutorado na Área de Concentração Sociedade e Meio Ambiente, Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). http://orcid.org/0000-0003-0043-7037
  • Junir Antônio Lutinski Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. http://orcid.org/0000-0003-0149-5415

DOI:

https://doi.org/10.18316/sdh.v11i3.10106

Palavras-chave:

agricultura familiar, Determinantes Sociais da Saúde, promoção da saúde.

Resumo

Introdução: A “agricultura familiar” corresponde à forma de organização da produção agrícola, em que a gestão da produção e o trabalho são realizados pelos membros da família. Para mulheres agricultoras familiares, vulneráveis à clivagem de gênero, verificam-se desafios ao assegurar a saúde, a qualidade de vida no campo, acesso a terra, trabalho e valorização feminina. Objetivo: descrever percepções e práticas promotoras de saúde no contexto das mulheres agricultoras familiares. Material e métodos: A pesquisa foi realizada com mulheres agricultoras familiares de dois municípios catarinenses. A coleta de dados foi conduzida por meio de uma entrevista e observações em diário de campo nas respectivas residências das participantes, com perguntas baseadas nas percepções de saúde e nas práticas promotoras de saúde. Resultados: Participaram 40 mulheres agricultoras. Verificou-se que o conceito de saúde das participantes se aproxima do conceito ampliado, embora os relatos tenham também indicado para ausência de doença e saúde como bem estar. Observaram-se práticas promotoras da saúde associadas à alimentação, organizações coletivas, trocas de conhecimentos e cultivo de plantas medicinais. Conclusão: Este estudo contribui sobremaneira para a fundamentação de políticas públicas sociais e de saúde voltadas às mulheres agricultoras.

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Publicado

2023-10-18

Edição

Seção

Artigos Originais