Relato de Caso: manejo perioperatório para implante de dispositivo percutâneo MitraClip

Autores

  • Rosângela Rosa Minuzzi Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Médica. Mestre em Anestesiologia, UFRGS. Especialização em Anestesiologia, CET-SAMPE-HCPA.
  • Adriene Stahlschmidt Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Médico. Especialização em Anestesiologia, CET-SAMPE-HCPA.
  • Sávio Cavalcante Passos Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Médico. Especialização em Anestesiologia, CET-SAMPE-HCPA. Hospital de Clínicas de Porto Alegre (UFRGS), Rua Ramiro Barcelos, 2350 - CEP 90035-003. Bairro Rio Branco, Porto Alegre,
  • Luciana Paula Cadore Stefani Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutora em Medicina, UFRGS. Professora Associada da Faculdade de Medicina UFRGS. Chefe do Servico de Anestesia e Medicina Perioperatória UFRGS-HCPA.
  • Orlando Carlos Belmonte Wender Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutor em Medicina, LMU. Professor Associado da Faculdade de Medicina UFRGS. Chefe do Servico de Cirurgia Cardiovascular UFRGS-HCPA.
  • Marco Vugman Wainstein Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutor em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, UFRGS. Professor Adjunto da Faculdade de Medicina e do Curso de Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares da UFRGS-HCPA.

DOI:

https://doi.org/10.18316/2317-8582.16.18

Palavras-chave:

Anestesia Geral, MitraClip, Insuficiência Mitral, Ecocardiografia Transesofágica

Resumo

O dispositivo percutâneo MitraClip mostrou redução na severidade da insuficiência mitral e melhora na classe funcional NYHA em pacientes com insuficiência mitral grave sintomática com alto risco para reparo cirúrgico convencional devido a suas comorbidades. O objetivo deste relato é apresentar o primeiro caso de correção percutânea de insuficiência mitral com implante de MitraClip em paciente portador de insuficiência mitral grave no Estado do Rio Grande do Sul, bem como discutir as implicações anestésicas envolvidas. Paciente do sexo feminino, 81 anos, ASA III por insuficiência mitral grave sintomática, classe funcional NYHA III, submetida à correção percutânea de insuficiência mitral com implante de MitraClip. Realizada anestesia geral de indução venosa e manutenção balanceada com uso de ecocardiografia transesofágica intraoperatória. Programada recuperação pós-operatória em unidade de terapia intensiva. O paciente desenvolveu, no intraoperatório, tamponamento cardíaco, após punção transseptal, cuja instabilidade hemodinâmica foi controlada com drenagem pericárdica, autotransfusão e transfusão heteróloga, bem como uso de drogas vasoativas. Apresentou também sangramento no sítio de punção venosa femoral no pós-operatório imediato. Após manejo intensivo, evoluiu com estabilidade clínica, recebendo alta hospitalar no 4º pós-operatório. Trata-se de uma alternativa no tratamento de insuficiência mitral grave em pacientes de alto risco cirúrgico. O procedimento foi executado mediante anestesia geral e monitorização invasiva, haja vista ser o primeiro realizado na instituição. As complicações perioperatórias relatadas foram diagnosticadas e manejadas prontamente devido aos cuidados intensivos empregados. Conhecimento das etapas envolvidas para antecipação das possíveis intercorrências, bem como trabalho em equipe multidisciplinar foram fundamentais para o sucesso do procedimento.

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Publicado

2016-05-03

Edição

Seção

Artigos Originais