Memórias do Urwald no Brasil meridional: negociações e riscos da colonização florestal teuto-brasileira

Autores

  • Eduardo Relly Lateinamerika Institut (LAI) Freie Universität Berlin

DOI:

https://doi.org/10.18316/mouseion.v0i27.3888

Palavras-chave:

Urwald, Colonização Alemã, Memória, Mata Atlântica

Resumo

O assentamento de populações de origens germânicas no sul do Brasil é largamente dependente da colonização das florestas meridionais do bioma Mata Atlântica. Embora este seja um fato fundamental da história das colonizações do território brasileiro, poucas foram as análises dirigidas no sentido de se historiar a memória do espaço florestal em questão. Logo, este texto objetiva através de documentos como diários de imigrantes/descendentes, relatos de viajantes, literatura e outros, vislumbrar a floresta teuto-brasileira em torno da memória de Urwald, ou seja, enquanto uma construção socioambiental dos teuto-brasileiros desde o século XIX. Entre os teuto-brasileiros se verifica, frequentemente, a existência de uma memória florestal largamente conectada às ideias dos riscos, sacrifícios, superações e vitórias sobre o ambiente da mata; igualmente tal memória tangencia as experiências florestais dos atores migrantes ainda na dimensão da floresta centro-europeia. Este artigo explorará tais questões, no sentido de se erigir uma discussão acerca da memória do Urwald por meio de um exemplo concreto, solidificado em torno da Picada Essig, município de Travesseiro/RS, Brasil.

Biografia do Autor

Eduardo Relly, Lateinamerika Institut (LAI) Freie Universität Berlin

Graduado em História (Licenciatura Plena) pelo Centro Universitário Univates (Lajeado-RS), e Mestre em Ambiente e Desenvolvimento também pelo Centro Universitário Univates. Recentemente foi contemplado com uma bolsa CAPES-DAAD para Doutorado Integral na Freie Universität Berlin, Alemanha, na área de Estudos Latino-Americanos (Lateinamerika-Institut). É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Vale do Taquari (RS), da Associação de Historiadores Latinoamericanistas Europeus (AHILA), da Deutsch-Brasilianische Gesellschaft (DBG) e da Gesellschaft für Pommersche Geschichte, Altertumskunde und Kunst E.V. Tem experiência na área de educação patrimonial, arqueologia, capital social e imigração alemã ao Brasil. Seus interesses atuais estão direcionados ao exame da imigração alemã no sul do Brasil, principalmente sob o prisma da história ambiental e histórias crusadas (cultur transfer). Especificamente, objetiva compreender a relação entre padrões de propriedade de solo florestal e ecologia do fogo ocorridos nas áreas ocupadas por imigrantes alemães e seus descendentes a partir do século XIX no Brasil meridional.

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Publicado

2017-08-31

Edição

Seção

Artigos / Ensaios