Pelo Direito de (re)Existir: violações de Direitos Humanos vivenciadas por mulheres em situação de refúgio nos países de acolhimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18316/redes.v12i3.8849

Palavras-chave:

Direitos Humanos, Refúgio, Mulheres

Resumo

Ao tratar sobre a temática dos deslocamentos forçados é preciso discutir acerca das violações de direitos humanos com as quais as mulheres em situação de refúgio se deparam ao chegarem nos países de acolhimento. Os dados que o ACNUR apresenta, através dos relatórios nominados Global Trends apontam que o número de pessoas que foram obrigadas a se deslocar no ano de 2020, totalizou 82,4 milhões. Nesse caminho, o objetivo geral consiste em compreender as principais violações de direitos humanos que as mulheres em situação de refúgio vivenciam nos países de acolhimento. Para isso, nos utilizamos de uma abordagem qualitativa com finalidade exploratória e descritiva, coleta de dados documental e análise de conteúdo para que fosse possível perceber quais direitos humanos não são assegurados para essas mulheres. As informações acerca desse cenário apontam que falta de moradia, alimentação e violência sexual são as violações mais presentes em suas vidas quando chegam aos países de acolhimento. Assim, se faz necessário fortalecer as redes de proteção para que seja possível assegurar direitos para essas mulheres com status de refugiada nos países de acolhimento para garantir seu desenvolvimento pessoal, social e econômico.

Biografia do Autor

Roberta Rayza Silva de Mendonça, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutoranda em Direito - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Direitos Humanos - Universidade Federal de Pernambuco. Especialista em Direitos Humanos: Educação e Ressocialização - Universidade Cândido Mendes. Graduada em Direito pelo Centro Universitário do Vale do Ipojuca. Professora do Curso de Direito da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde, AESA-CESA. Professora do Curso de Direito do Centro Universitário do Rio São Francisco - UniRios. Membra associada da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos (ReBEDH). Coordenadora do Grupo de Estudos María Lugones (UniRios). Coordenadora do Projeto de Extensão Encontros: Ciclo de Debates sobre Direito, Diversidade e Sociedade (UniRios). Pesquisadora do Grupo de Pesquisas Movimentos Sociais, Educação e Diversidade na América Latina (UFPE/CNPq). Pesquisadora do G-pense! - Grupo de Pesquisa sobre Contemporaneidade, Subjetividades e Novas Epistemologias (UPE/CNPq). Co-editora de Seção da Revista Debates Insubmissos (UFPE/CAA). Extensionista do Observatório dos Movimentos Sociais na América Latina. Possui interesse nas áreas de: direitos humanos, migrações, gênero, sexualidades, produção de subjetividades e pós-estruturalismo. 

Allene Carvalho Lage, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Pós-doutora em Direitos Humanos pelo PPGDH/UFPE (2016). Pós-doutora em Educação na UFRGS (2012). Doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra (2006). Mestra em Administração Pública pela Fundação Getulio Vargas - RJ (2001). Graduada em Administração - Faculdades Integradas Anglo Americano - RJ (1993). Professora Associada da Universidade Federal de Pernambuco.Desde março de 2006 lotada no Centro Acadêmico do Agreste (Caruaru) como Professora do Curso de Pedagogia, e Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea. Foi Professora Visitante da Universidade de Salamanca, na Espanha em 2010, selecionada pelo CNPq. Coordenadora do Observatório dos Movimentos Sociais na América Latina da UFPE/CAA. Exerce suas atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre as experiências do saber-fazer educativo e processos identitários no âmbito de lutas emancipatórias dos movimentos sociais populares, com ênfase nas lutas relativas à diversidade, tais como gênero, sexualidades, feminismo e epistemologias no âmbito da América Latina. Tem artigos publicados no Brasil, Argentina, Cuba, Portugal e Espanha. Autora do livro Educação e Movimentos Sociais: caminhos para uma pedagogia de luta. Editora Universitária UFPE, 2013. E Co-Editora da Revista Debates Insubmissos, juntamente com Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Meneses.

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2024-12-20

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