Monitoramento telefônico como componente da alta assistida em saúde mental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18316/sdh.v11i3.9738

Resumo

Objetivo: caracterizar os usuários selecionados para a alta assistida segundo variáveis sociodemográficas e clínicas; e analisar o monitoramento telefônico como componente da alta assistida em saúde mental. Materiais e métodos: pesquisa descritiva com abordagem qualitativa realizada com usuários de uma Unidade de Internação em Saúde Mental de um Hospital Universitário. Os dados foram coletados no período de setembro a dezembro de 2020, a partir de prontuários eletrônicos do Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários e de entrevistas semiestruturadas. Quanto à análise dos dados, esta ocorreu de forma descritiva. Resultados: participaram do estudo 12 usuários com média de 39,5 anos de idade. Quanto ao estado civil e o suporte familiar, a maioria era solteiro e residia com algum parente de primeiro ou segundo grau, ou ambos. A maioria dos participantes apresentava transtorno de humor. Entre as ações de Alta Assistida, o encaminhamento obteve resultados satisfatórios quanto à efetivação da continuidade no cuidado e adesão ao tratamento. Considerações finais: A Alta Assistida demonstrou ser um dispositivo que permite, principalmente, que o usuário possa retornar a sua vida assegurado de uma linha de cuidado na Rede de Atenção Psicossocial.

Biografia do Autor

Júlia Luciane Vidal, Universidade Federal de Santa Maria

Psicóloga. Especialista em Atenção à Saúde Mental pela Universidade Federal de Santa Maria. Pós-Graduanda em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Terapia do Esquema pela COGNITIVO.

Fábio Becker Pires, Hospital Universitário de Santa Maria

Psicólogo do Hospital Universitário da UFSM. Mestre em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Tutor e preceptor do Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde Mental - UFSM.

Valquíria Toledo Souto, Hospital SOS Cárdio. Florianópolis, Brasil.

Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM. Integrante do Grupo de pesquisa Cuidado em Saúde Mental e Formação em Saúde. Enfermeira de Educação Permanente do Hospital SOS Cárdio. Florianópolis, SC.

Fabiane Schott, Universidade Federal de Santa Maria.

Psicóloga. Especialista em Psicologia Jurídica e Avaliação Psicológica. Mestranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria. Pós-Graduanda em Psicologia Infantil.

Marcelo da Rosa Maia, Hospital Universitário de Santa Maria

Enfermeiro no Hospital Universitário de Santa Maria. Mestrado em Ciências da Saúde e da Vida pela Universidade Franciscana.

Renan Mendonça Alves, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Assistente Social. Especialização em Programa de Residência Multiprofissional Integrada - Ênfase em Saúde Mental pela Universidade Federal de Santa Maria. Residente Multiprofissional Saúde da Família da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Alice Dias Pasche, Universidade Federal de Santa Maria.

Psicóloga. Residente em Atenção à Saúde Mental pela Universidade Federal de Santa Maria. 

Igor Dourado Pereira, Universidade Federal de Santa Maria

Médico. Psiquiatra pelo Hospital Universitário de Santa Maria/Universidade Federal de Santa Maria. 

Daiana Foggiato de Siqueira, Universidade Federal de Santa Maria

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da Universidade Federal de Santa Maria. Tutora de campo e de núcleo do Programa de Residência MultiprofissionaI Integrada em Sistema Público de Saúde/UFSM. Pesquisadora líder do Grupo de Pesquisa Cuidado em Saúde Mental e Formação em Saúde.

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Publicado

2023-10-13

Edição

Seção

Artigos Originais