Perfil de Resistência Antimicrobiana de Enterobactérias Isoladas em Uroculturas de um Município referência no Sul do Brasil

Authors

DOI:

https://doi.org/10.18316/sdh.v11i2.9412

Keywords:

Infecção urinária, antimicrobianos, enterobactérias

Abstract

Introdução: Estudos tem evidenciado diferenças entre os antibióticos prescritos para pacientes do atendimento particular e para pacientes do atendimento público, salientando que tal distinção pode acarretar ineficácia no tratamento e causar o aumento da resistência de bactérias. Objetivo: Identificar o padrão de resistência aos antibióticos entre amostras de urina obtidas em um laboratório que atende pacientes pelo sistema público de saúde (SUS) e outro laboratório que atende o setor privado. Método: Estudo observacional, transversal e retrospectivo, baseado em dados secundários oriundos de dois laboratórios de análises clínicas que prestam serviços à comunidade da cidade de Pelotas RS. Os dados abrangem um período de 24 meses. As estatísticas descritivas foram expressas por meio da frequência absoluta e relativa. Para a comparação entre o padrão de resistência ao antibiótico e tipo de laboratório, foi utilizado o teste do Qui-Quadrado. Resultados: Foram analisadas 12,528 solicitações uroculturas, sendo que 1,943 (15,5%) apresentaram positividade para os bacilos Gram-negativos; os microorganismos isolados mais prevalentes foram a Escherichia coli (84,0%), seguida de Klebsiella pneumoniae (9,3%) e Proteus mirabillis (3,3%). A Escherichia coli apresentou maior resistência ao Ácido Nalidíxico (33,5%), Trimetoprim/Sulfametoxazol (29,5%) e Cefalotina (22,7%). Perfis de sensibilidade maiores foram encontrados para à Amicacina (99,5%), Ceftriaxona (96,0%), Cefotaxima (95,9%). Diferenças estatísticas entre os perfis de resistência no âmbito público e privado foram encontradas apenas para a Cefalotina (p<0,001), sendo maior no âmbito público e Cefuroxima no âmbito privado (p<0,001). Conclusão: Os dados demonstram as diferenças nos perfis de resistência entre o âmbito público e privado, abrindo possibilidade de compreender melhor os fatores que estão associados a resistência bacteriana das infecções do trato urinário, bem como uniformizar ou padronizar o tratamento empírico entre os setores de saúde em nossa região, contribuindo para utilização racional de antibióticos e diminuindo a propagação de cepas multirresistentes.

Author Biographies

Luis Otávio Lobo Centeno, Mestrado Profissional em Saúde no Ciclo Vital, Universidade Católica de Pelotas, RS, Brasil.

Mestrando do programa de mestrado profissional em saúde no ciclo vital da Universidade Católica de Pelotas; Farmacêutico adjunto no Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas.

Igor Soares Vieira, Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento, Universidade Católica de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

Doutorando do programa de pós-graduação em saúde e ambiente da Universidade Católica de Pelotas; Coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Estácio, Campus Aracaju (Sergipe).

Ricardo Azevedo da Silva, Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento, Universidade Católica de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

Professor titular de psicologia clínica e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento e do Mestrado Profissionalizante em Saúde no ciclo vital, ambos na Universidade Católica de Pelotas. 

References

Srougi M. Infecções do trato urinário. Revista de Medicina. 2005;84:102-12.

Medina M, Castillo-Pino E. An introduction to the epidemiology and burden of urinary tract infections. Therapeutic advances in urology. 2019;11:1756287219832172.

Akram S. Report of the Baseline Survey: Promoting Safe Migration through Information Dissemination. Dhaka: BRAC. 2007;

Gupta K, Hooton TM, Naber KG, Wullt B, Colgan R, Miller LG, et al. International clinical practice guidelines for the treatment of acute uncomplicated cystitis and pyelonephritis in women: a 2010 update by the Infectious Diseases Society of America and the European Society for Microbiology and Infectious Diseases. Clinical infectious diseases. 2011;52:e103-e20.

Naber KG, Schito G, Botto H, Palou J, Mazzei T. Surveillance study in Europe and Brazil on clinical aspects and Antimicrobial Resistance Epidemiology in Females with Cystitis (ARESC): implications for empiric therapy. European urology. 2008;54:1164-78.

Bertoni G, Pessacq P, Graciela Guerrini M, Calmaggi A, Barberis F, Jorge L, et al. Etiologia y resistencia a antimicrobianos de la infección no complicada del tracto urinario. Medicina (Buenos Aires). 2017;77:

Wong CKM, Kung K, Au-Doung PLW, Ip M, Lee N, Fung A, et al. Antibiotic resistance rates and physician antibiotic prescription patterns of uncomplicated urinary tract infections in southern Chinese primary care. PloS one. 2017;12:e0177266.

Lewis DA, Gumede LY, van der Hoven LA, de Gita GN, de Kock EJ, de Lange T, et al. Antimicrobial susceptibility of organisms causing community-acquired urinary tract infections in Gauteng Province, South Africa. South African Medical Journal. 2013;103:377-81.

Weinstein MP. Performance standards for antimicrobial susceptibility testingClinical and Laboratory Standards Institute; 2019.

Wagenlehner FM, Hoyme UB, Kaase M, Fünfstück R, Naber KG, Schmiemann G. Unkomplizierte Harnwegsinfektionen. Dtsch Arztebl Int. 2011;108:415-23.

Schwab S, Jobin K, Kurts C. Urinary tract infection: recent insight into the evolutionary arms race between uropathogenic Escherichia coli and our immune system. Nephrology Dialysis Transplantation. 2017;32:1977-83.

Kazmierczak MJ, Wiedmann M, Boor KJ. Alternative sigma factors and their roles in bacterial virulence. Microbiol. Mol. Biol. Rev. 2005;69:527-43.

Sahm DF, Thornsberry C, Mayfield DC, Jones ME, Karlowsky JA. Multidrug-Resistant Urinary Tract Isolates ofEscherichia coli: Prevalence and Patient Demographics in the United States in 2000. Antimicrobial agents and chemotherapy. 2001;45:1402-6.

Augusto KL, Martins AG, Bezerra LRPS, Neto JAV, Vasconcelos CTM, Karbage SAL, et al. Perfil de resistência aos antimicrobianos e prevalência da produção de beta-lactamases de espectro estendido em cepas de Escherichia coli em um hospital terciário do Ceará, Brasil (2010–2013. Revista de Medicina da UFC. 2016;56:8-13.

Reis ACC, Santos SRdS, Souza SCd, Saldanha MG, Pitanga TN, Oliveira RR. Ciprofloxacin resistance pattern among bacteria isolated from patients with community-acquired urinary tract infection. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. 2016;58:

Santos Alves DM, Edelweiss MK, Botelho LJ. Infecções comunitárias do trato urinário: prevalência e susceptibilidade aos antimicrobianos na cidade de Florianópolis. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2016;11:1-12.

Machado PA, Wilhelm EA, Luchese C. Prevalência de infecções do trato urinário e perfil de susceptibilidade a antimicrobianos de bactérias isoladas. Disciplinarum Scientia| Saúde. 2018;18:271-87.

Khameneh ZR, Afshar AT. Antimicrobial susceptibility pattern of urinary tract pathogens. Saudi Journal of Kidney Diseases and Transplantation. 2009;20:251.

Galindo-Méndez M. Molecular characterization and antimicrobial susceptibility pattern of extended-spectrum ?-lactamase-producing Escherichia coli as cause of community acquired urinary tract infection. Revista chilena de infectologia: organo oficial de la Sociedad Chilena de Infectologia. 2018;35:29-35.

Córdoba G, Holm A, Hansen F, Hammerum AM, Bjerrum L. Prevalence of antimicrobial resistant Escherichia coli from patients with suspected urinary tract infection in primary care, Denmark. BMC infectious diseases. 2017;17:670.

Published

2025-04-07

Issue

Section

Artigos Originais