Por que o sarampo voltou ao Brasil após erradicação em 2016? Razões para o regresso do patógeno ao país.

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18316/sdh.v12i1.10159

Palabras clave:

Vacinas, Sarampo, Cobertura Vacinal, Imunização, Saúde pública, Movimento Antivacinação.

Resumen

Introdução: Vacinas são métodos profiláticos, pois conferem imunidade após exposição a determinados antígenos. Tal método pode auxiliar na erradicação de doenças, assim como o Sarampo (SAP) até o ano de 2018. Objetivo: O objetivo do presente trabalho é identificar o número de casos atuais de SAP bem como os prováveis motivos do retorno do patógeno ao Brasil. Metodologia: O estudo é uma revisão narrativa da  literatura, por meio das bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde; SciELO; Lilacs; e Pubmed. Os descritores utilizados foram: “vacinas, movimento antivacinação, imunização, cobertura vacinal, recusa da vacina e sarampo”. Resultados: Em 2018 ocorreram 10.330 casos de SAP no país, e em 2019 até o mês de setembro notificou-se 3.729 registros. O principal motivos para o retorno deste patógeno foi a queda da cobertura vacinal, e esta é levada por inúmeras razões: (i) desinformação; (ii) situação sociocultural da população; (iii) condições socioeconômicas; (iv) baixa escolaridade; (v)  falhas governamentais de políticas; (vi) imigração de países próximos e questões (vii) questões demográficas. Conclusão: Observa-se a relevância enfatizar para a população a importância da vacinação, por meio de políticas de saúde pública. Desta forma, o Brasil poderá diminuir o número de casos e buscar a certificação de erradicação.

Biografía del autor/a

Milena Henrique Ferri, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Biomédica, pelo Centro Universitário Cenecista de Osório. Mestranda em Biociências na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Camilla Lazzaretti, Centro Universitário Cenecista de Osório

Biomédica, doutora em neurciências pela UFRGS e professora do Centro Universitário Cenecista de Osório.

Citas

¹. Riedel, S. Edward Jenner and the history of smallpox and vaccination. In: Baylor University Medical Center Proceedings. Taylor & Francis, 2005. p. 21-25.

Duggan, A. T. et al. 17th century variola virus reveals the recent history of smallpox. Current Biology, v. 26, n. 24, p. 3407-3412, 2016.

Kano, F. S.; VIDOTTO, Odilon; VIDOTTO, Marilda Carlos. DNA vaccines: general concerns and its applications in human and veterinary medicine. Semina: Ciências Agrárias, v. 28, n. 4, p. 709-726, 2007.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais – 4. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 160 p. : il.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, RDC Nº- 55, DE 16 DE Dezembro de 2010.

Pedreira, C. et al. The path towards polio eradication over 40 years of the Expanded Program on Immunization in the Americas. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 41, p. e154, 2018.

Fernandes, T. M. D.; Chagas, D. C.; Souza, E. M. Varíola e vacina no Brasil no século XX: institucionalização da educação sanitária. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, p. 479-789, 2011.

Médicos sem fronteiras - Sarampo. Janeiro/2018: Disponível em:

<https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/sarampo>. Acessado em: 30.09.2019

Mina, et al. Measles virus infection diminishes preexisting antibodies that offer protection from other pathogens. Revista Science. V. 366, Issue 6465, p. 599-606, 2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 176 p. : il.

Ministério da Saúde - Brasil recebe certificado de eliminação do sarampo. Publicado Por Amanda Mendes, da Agência Saúde. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/25846-brasil-recebe-certificado-de-eliminacao-do-sarampo>. Acessado em: 26.09.2019.

Sociedade Brasileira de Imunologia. Nota Técnica SBIM/SBI/SBP. Sarampo: Diagnóstico, notificação e prevenção. São Paulo, 2018.

Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância Epidemiológica do Sarampo no Brasil 2019: Número 23. v. 50. Setembro, 2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância Epidemiológica do Sarampo no Brasil 2019: Semanas Epidemiológicas 26 a 37 de 2019. v. 50. Setembro, 2019.

Tardetti, F. F. S. - Desafios da imunização - Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Imunização e Doença Transmissíveis Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Julho de 2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações

Secretaria de Vigilância em Saúde. Antonia Teixeira - Avaliação das coberturas vacinais

Calendário Nacional de Vacinação. 2018.

Ibge. Instituto Brasileiro de Geografia. População São Paulo. DIsponível em:<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-paulo/panorama>. Acessado em: 09.11.2019

Carvalho, A. M. C.; Araújo, T. M. E. Factors associated to the vaccination covering in adolescents. Acta Paulista de Enfermagem, v. 23, n. 6, p. 796-802, 2010.

De Jesus, A. S. et al. Aspectos bioéticos da vacinação em massa no Brasil. Acta Bioethica, v. 22, n. 2, p. 263-268, 2016.

Goldani, L. Z. Measles outbreak in Brazil, 2018. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 22, n. 5, p. 359-359, 2018.

Mizuta, A. H. et al. Percepções acerca da importância das vacinas e da recusa vacinal numa escola de medicina. Revista Paulista de Pediatria, v. 37, n. 1, p. 34-40, 2019

Waissmann, W. Cobertura vacinal em declínio: hora de agir!. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia, v. 6, n. 3, p. 1-3, 2018.

Ballalai, I. Reflexões sobre o antivacinismo no Brasil - Revista Imunizações SBIm. Vol. 12, Número 3, Pag. 21. Agosto / 2019.

De Menezes S., R. C. Vaccine refusal–what we need to know. Jornal de Pediatria (Versão em Português), v. 94, n. 6, p. 574-581, 2018.

Gadad, B. S. et al. Administration of thimerosal-containing vaccines to infant rhesus macaques does not result in autism-like behavior or neuropathology. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 112, n. 40.

World Health Organization (WHO). Statement of Thimerosal. The Global Advisory Committee on Vacine Safety, 2006. Disponível em: http://www.who.int/vaccine_safety/committee/topics/thiomersal/statement_jul2006/en/ Acessado em: 25.10.2019.

Eggertson, L. Lancet retracts 12-year-old article linking autism to MMR vaccines. Canadian Medical Association. Journal, v. 182, n. 4, p. E199, 2010.

Maia, M. de L. de S. et. al. - Canal saúde Fiocruz. publicado em 06/18/2019. Movimento antivacina e suas ameaças. Disponível em: < https://brasil.campusvirtualsp.org/node/389292>. Acessado em: 28.10.2019.

Sociedade Brasileira de Imunologia, Vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) – SCR, 17/09/2019. Família SBIM. Disponível em:<https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-triplice-viral-sarampo-caxumba-e-rubeola-scr> . Acessado em: 29.10.2019

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação – 3. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

Sato, A. P. S.. What is the importance of vaccine hesitancy in the drop of vaccination coverage in Brazil?. Revista de saude publica, v. 52, p. 96, 2018.

Brown, A. L. et al. Vaccine confidence and hesitancy in Brazil. Cadernos de saúde publica, v. 34, p. e00011618, 2018.

Levi, G. C., Recusa de vacinas : causas e consequências / Guido Carlos

Levi. – São Paulo: Segmento Farma, 2013. 72 p.

.Vasconcellos, S., P. R.; Castiel, L. D.; Griep, R. H. The media-driven risk society, the anti-vaccination movement and risk of autismo. Ciencia & saude coletiva, v. 20, n. 2, p. 60 250 p. : il.

Branco, F. L. C. C. et al. Socioeconomic inequalities are still a barrier to full child vaccine coverage in the Brazilian Amazon: a cross-sectional study in Assis Brasil, Acre, Brazil. International journal for equity in health, v. 13, n. 1, p. 118, 2014.

Silva, F. de S. et al. Incompletude vacinal infantil de vacinas novas e antigas e fatores associados: coorte de nascimento Brisa, São Luís, Maranhão, Nordeste do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 34, p. e00041717, 2018.

Sodha, S. V.; Dietz, V. Strengthening routine immunization systems to improve global vaccination coverage. Br Med Bull, v. 113, n. 1, p. 5-14, 2015.

De Figueiredo, A. et al. Forecasted trends in vaccination coverage and correlations with socioeconomic factors: a global time-series analysis over 30 years. The Lancet Global Health, v. 4, n. 10, p. e726-e735, 2016.

Mouta,. D.A. et al. Vaccination strategies and results for tackling the measles outbreak in Ceará State, Brazil, 2013-2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 27, n. 1, 2018.

Barbieri, C. L. À. et al. Cobertura vacinal infantil em um serviço filantrópico de atenção primária à saúde do Município de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil, em 2010. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 22, n. 1, p. 129-139, 2013.

Ozawa, S. et al. Modeling the economic burden of adult vaccine-preventable diseases in the United States. Health Affairs, v. 35, n. 11, p. 2124-2132, 2016.

Ozawa, S. et al. Return on investment from childhood immunization in low-and middle-income countries, 2011–20. Health Affairs, v. 35, n. 2, p. 199-207, 2016.

Brasil. Sociedade Brasileira de Imunologia. Sarampo: Diagnóstico, notificação e prevenção. Nota Técnica 16.07.2018

Brasil. Ministério da Saúde. Situação do Sarampo no Brasil – 2018. informe n° 27.

Publicado

2024-06-21

Número

Sección

Artigos de Revisão