Edifício Manchester
Memória e discursos na arquitetura moderna em Joinville (SC)
DOI:
https://doi.org/10.18316/dilogo.vi54.11421Palavras-chave:
Edifício Manchester, Arquitetura moderna, MemóriaResumo
A produção arquitetônica pode ser uma maneira de materializar discursos e poderes na malha urbana. Em Joinville (SC), a arquitetura moderna se apresentou como um artifício para que se tornasse tangível o discurso do trabalho amplificado na cidade. As décadas de significativo progresso econômico da cidade, confluíram com as décadas nas quais as edificações com linguagem moderna foram erguidas na área urbana central. O progresso, alavancado, principalmente, pelo desenvolvimento fabril, gerou a ascensão do poder industrial e do empresariado joinvilense. O investimento em uma imagem modernizada da cidade, demonstrava a atualidade do progresso, e na arquitetura esta visão se materializou em edifícios com maior número de pavimentos, a abertura de grandes avenidas e a implantação de novas tecnologias, contrastavam com a malha urbana ligada ao período colonial. A cidade foi um solo fértil para que fossem construídas edificações que demarcassem este ciclo sociocultural. A partir do estudo do Edifício Manchester este texto tem como objetivo compreender o reflexo da industrialização da cidade e da alcunha de "cidade do trabalho" nas suas construções e em sua organização urbana, materializando discursos e tornando visíveis as memórias do período. O edifício marcou, e ainda marca, a paisagem urbana da cidade de Joinville. Sua construção representa o momento de grande expansão econômica da indústria joinvilense e suas instalações foram utilizadas por representantes deste crescimento. Na “cidade do trabalho”, o Edifício Manchester é uma concretização deste discurso, simbolizando a robustez e a imponência da imagem que se desejava passar.
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