A herança da modernidade nos conflitos e a mediação como o encontro com o outro
DOI:
https://doi.org/10.18316/1817Palavras-chave:
Sociedade, Modernidade, Mediação, Psicanálise, ConflitoResumo
O estudo desvela as forças do continuum processo da modernidade que acabam por influenciar as ações dos indivíduos, levando as inter-relações humanas a uma lógica de competição e instrumentalidade. Este cenário cientificista dedicado ao espetáculo do livre mercado causa consequências ameaçadoras aos laços sociais, pois, distancia os sujeitos da reflexão necessária para construção da subjetividade, afastando-os da responsabilidade moral com o outro. Fazendo uso da teoria psicanalítica de Lebrun, podem ser compreendidas as influências da modernidade nos indivíduos, as quais alteraram o ponto referencial do social, o que, por sua vez, silencia a autoridade patriarcal e desarma a intervenção necessária para inserir os sujeitos na linguagem social. A falta do “Não!” patriarcal – representação fálica – impede a construção da subjetividade, como resultado, os indivíduos não conseguem sustentar seus laços sociais – devido à falta de sensibilidade –, descambando, primeiramente, nos conflitos familiares, posteriormente nos conflitos sociais. Diante desta problemática, a mediação de conflitos pode ser observada como uma oportunidade de romper com o ciclo de conflitualidade, eis que, por suas características, entende o conflito como possibilidade da diferença e, ainda, busca o reencontro dos relacionamentos através da sensibilidade, estabelecendo o amor como condutor do laço social, iniciado no seio familiar e, a posteriori, na sociedade.
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