Constitucionalismo sistêmico como possibilidade de (re) estruturação dos direitos humanos e fundamentais
DOI:
https://doi.org/10.18316/redes.v9i3.5473Palavras-chave:
Interconstitucionalidade, Observação, Policontexturalidade, Constitucionalismo Sistêmico, Transconstitucionalismo,Resumo
O objetivo do presente artigo é identificar como o constitucionalismo sistêmico auxilia na (re)estruturação dos direitos humanos e fundamentais em uma sociedade caracterizada pela fragmentação social e um intrincar de codificações heterogêneas oriundas de diversos regimes sociais autônomos. Para tanto, a problemática da qual se parte é como é possível criar recursividade de direitos fundamentais e humanos em um cenário de globalização? Provisoriamente, estabeleceu-se a hipótese de que são identificáveis três níveis heterárquicos comuns à comunicação constitucional produzida nos diversos contextos sociais, possibilitando diferenciar a comunicação sobre direitos fundamentais e humanos daquelas que comunicam sobre demais temas jurídico-sociais, e então estruturá-las diante de uma complexidade indeterminada. A relevância do tema repousa na necessidade de se observar formas de enlace comunicativo entre as diferentes esferas sociais, cada qual com um sentido especificamente construído. O método utilizado é o sistêmico autopoiético em um viés heterodoxo crítico, possibilitando, assim, uma nova configuração contemporânea de conceitos sistêmicos. Concluiu-se que as comunicações produzidas nas periferias (policontexturais), próximas a outros regimes sociais autônomos, conseguem comunicar-se com àquelas produzidas nos centros (interconstitucionais) por meio de um método constitucional (transconstitucional) que consegue decodificar e reestruturar a semântica comunicativa, viabilizando o diálogo em ambos os sentidos.Referências
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. O Tempo Curvo de uma Carta (fundamental) ou o Direito Constitucional Interiorizado. Instituto da Conferência, Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados. Porto: A. Alves edições, 2006.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Brancosos e Interconstitucionalidade: itinerários dos discursos sobre a História Constitucional. Coimbra: Editora Almedina, 2006.
CLAM, Jean. Questões fundamentais de uma teoria da sociedade: contingência, paradoxo, só-efetuação. Tradução de Nélio Schneider. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2006.
DROMI, José Roberto. Constitucionalismo y humanismo. In: CLÈVE, Clèmerson Merlin; BARROSO, Luís Roberto (Orgs.). Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
HÄBERLE, Peter. Estado Constitucional Cooperativo. Tradução de Marcos Augusto Maliska e Elisete Antoniuk. Rio de Janeiro: Editora Renovar, 2007.
IZUZQUIZA, Ignacio. Introducción. In: LUHMANN, Niklas. Observaciones de la modernidade: racionalidade y contingencia en la sociedade moderna. Traducción de Carlos Fortea Gil. Barcelona: Paidós Ibérica, 1997.
LUHMANN, Niklas. Ecological communication. Translated by John Bednarz Jr. Chicago: The University of Chicago Press, 1989.
LUHMANN, Niklas. Sociedad y Sistema: la ambicción de la teoria. Traducción de Santiago López Petitt y Dorothee Schmitz. Barcelona: Paidós Ibérica, 1990.
LUHMANN, Niklas. Sistemas Sociales: lineamentos para uma teoria geral. Barcelona: Antrhopos; México: Univesidad Iberoamericana; Bogotá: Pontifícia Universidad Javeriana, 1998.
LUHMANN, Niklas. El Derecho de la Sociedad. Traducción de Javier Torres Nafarrate. Ciudad de México: Universidad Iberoamericana, 2002.
LUHMANN, Niklas. A Restituição do Décimo Segundo Camelo: do sentido de uma análise sociológica do Direito. In: ARNAUD, André-Jean; LOPES JR., Dalmir (Orgs.). Niklas Luhmann: do sistema social à sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004.
LUHMANN, Niklas. Organización y Decisión: Autopoiesis, acción y entendimiento comunicativo. Traducción de Darío Rodrígues Mansilla. Santiago do Chile: Universidad Iberoamericana, 2005.
LUHMANN, Niklas. Confianza. Traducción de Darío Rodrígues Mansilla. Santiago do Chile: Universidad Iberoamericana, 2005.
LUHMANN, Niklas. La sociedad de la sociedad. Traducción de Javier Torres Nafarrate. Ciudad de México: Edición Heder, 2007.
LUHMANN, Niklas. La realidad de los medios de masas. Traducción de Javier Torres Nafarrate. Ciudad de México: Universidad Iberoamericana, 2007.
LUHMANN, Niklas. Organización y decisión. Traducción de Darío Rodrígues Mansilla. Ciudad de México: Universidad Iberoamericana, 2010.
LUHMANN, Niklas. Sistemas Sociais: esboço de uma teoria geral. Tradução de Antonio C. Luz Costa; Roberto Dutra Torres Junior; Marco Antonio dos Santos Casanova. Petrópolis: Vozes, 2016.
LUHMANN, Niklas. O Direito da Sociedade. Tradução de Saulo Krieger. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
MANSILLA, Darío Rodríguez; NAFARRETE, Javier Torres. Introducción a la teoria de la sociedad de Niklas Luhmann. México: Heder, 2008.
NEVES, Marcelo. E se faltar o décimo segundo camelo? Do Direito expropriador ao Direito invadido. In: ARNAUD, André-Jean; LOPES JR., Dalmir (Orgs.). Niklas Luhmann: do sistema social à sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004.
PASCAL, Blaise. Pensées. Chevalier. Paris: Gallimard La Pléiade, 1954.
PÉREZ LUÑO, Antonio Enrique. Perspectivas e Tendências Atuais do Estado Constitucional. Tradução de José Luis Bolzan de Morais e Valéria Ribas do Nascimento. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.
PRIBÁN, Jirí. A questão da soberania no pluralismo jurídico global. In: ROCHA, Leonel Severo; SCHWARTZ, Germano; ______. Sociologia Sistêmico-Autopoiética das Constituições. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2015.
ROCHA, Leonel Severo. Observações sobre a observação Luhmanniana. In: ______; KING, Michael; SCHWARTZ, Germano. A verdade sobre a Autopoiese no Direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
ROCHA, Leonel Severo; TONET, Fernando. Por quem cantam as sereias de Homero e o paradoxo sistêmico da decisão. Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás – UFG, Goiânia, v. 42, n. 1, jan/abr. Goiânia. 2018.
TEUBNER, Gunther. O Direito como Sistema Autopoiético. Tradução de José Engrácia Antunes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.
TEUBNER, Gunther. As múltiplas alienações do Direito: sobre a mais-valia social do décimo segundo camelo. In: ARNAUD, André-Jean; LOPES JR., Dalmir (Orgs.). Niklas Luhmann: do sistema social à sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004.
TEUBNER, Gunther. Autoconstitucionalização de corporações transnacionais? Sobre a conexão entre os códigos de conduta corporativos (corporate codes of conduct) privados e estatais. In: SCHWARTZ, Germano (Org.). Juridicização das esferas sociais e fragmentação do direito na sociedade contemporânea. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.
TEUBNER, Gunther. Fragmentos Constitucionais: constitucionalismo social na globalização. Tradução: Flávio Beicker Barbosa de Oliveira... [et al.]. Coordenação Marcelo Neves... [et al.]. São Paulo: Saraiva, 2016.
TONET, Fernando. Transformações autopoiéticas e a viragem teórica sistêmica estaminal. REDES – Revista Eletrônica Direito e Sociedade, Canoas, v. 2, n. 1, mai. 2014.
TONET, Fernando. Reconfigurações do Constitucionalismo: modelos constitucionais sistêmicos na pós-modernidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016.
ZAGREBELSKY, Gustavo. El Derecho Dúctil: ley, derechos, justicia. 9. ed. Traducción de Marina Gascón. Madrid: Editorial Trotta, 2009.
ZAGREBELSKY, Gustavo. Historia y Constitución. Traducción de Miguel Carbonell. Madrid: Editorial Trotta, 2011.
ŽIŽEK, Slavoj. A visão em paralaxe. Tradução de Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boitempo, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que submetem seus manuscritos para serem publicados na Revista REDES concordam com os seguintes termos:
Os autores declaram ter ciência de que mantém os direitos autorais concedendo à REDES o direito à publicação.
Os autores declaram ter ciência de que o trabalho submetido será licenciado sob a Licença Creative Commons atribuição não-comercial que permite o compartilhamento do artigo com reconhecimento da autoria e publicação nesta revista.
Os autores declaram ter ciência que em virtude de os artigos publicados nesta revista tem acesso público e gratuito.
Os autores declaram, sob as penas da lei, que o texto é inédito e original e que têm ciência de que identificada a existência de plágio, os autores plagiados serão informados – para querendo, tomarem as medidas legais nas esferas cível e criminal – e, os autores do plágio terão seu acesso à revista bloqueado.
Os autores declaram que – em caso de coautoria – todos contribuíram significativamente para a pesquisa.
Os autores obrigam-se a fornecer retratações e (ou) correções de erros em caso de eventual detecção.
Os autores obrigam-se a não publicar o texto submetido a REDES em outra Revista eletrônica (ou não).
A Revista Eletrônica Direito e Sociedade - REDES - está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/redes/about/submissions#copyrightNotice.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em http://creativecommons.org/.