E Agora? Pesquisar, ensinar e experienciar o processo civil

Autores

  • Susana Henriques da Costa Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo http://orcid.org/0000-0003-0850-3609
  • Paulo Eduardo Alves da Silva Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto
  • Daniela Monteiro Gabbay FGV Direito SP
  • Maria Cecília de Araújo Asperti FGV Direito SP

DOI:

https://doi.org/10.18316/redes.v10i2.9082

Palavras-chave:

Acesso à justiça e desigualdades. Agenda propositiva. Ensino, pesquisa e extensão.

Resumo

Qual é o papel da academia na desestabilização das desigualdades de acesso à justiça persistentes em nossa sociedade? Haveria um papel específico designado aos estudiosos do direito processual civil? Assumindo o lugar de fala de professores de direito processual civil, e partindo de artigos já escritos sobre acesso à justiça no Brasil, buscamos construir uma agenda propositiva a partir do tripé ensino-pesquisa-extensão, próprio da universidade brasileira, em um momento em que se torna cada vez mais relevante ressignificar e reafirmar a importância do acesso à justiça e da vindicação de direitos. 

Biografia do Autor

Susana Henriques da Costa, Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

Chefa de Gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo. Professora Doutora em Processo Civil da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (2009). Possui graduação em Direito pela Universidade de São Paulo (1998), mestrado em Direito pela Universidade de São Paulo (2002), doutorado em Direito pela Universidade de São Paulo (2006), Foi pesquisadora visitante no Global Legal Studies Center da University of Wisconsin - Madison Law School (2014/2015) e pesquisadora visitante na Università degli Studi di Firenze (2018). Atualmente é promotora de justiça no Ministério Público do Estado de São Paulo. Foi Secretária Adjunta de Secretaria de Segurança Urbana do Município de São Paulo (2013/2014). É membro do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais, do Instituto Brasileiro de Direito Processual, da Rede de Pesquisa Justiça Civil e Processo Contemporâneo (PROCNET) e da Law and Society Association. Dá aula como professora convidada em cursos de especialização de diversas instituições de ensino jurídico, dentre elas, Escola Superior do Ministério Público (ESMP/SP), Escola Paulista da Magistratura (EPM), Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado (ESPGE) e na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Processual Civil, atuando principalmente nos seguintes temas: acesso à justiça, litigância de massa, controle judicial de políticas públicas, processo estrutural, processo coletivo e processo e gênero. É mãe de uma filha de 4 anos e de um filho de 2 anos. É atuante na causa das mulheres na ciência.

Paulo Eduardo Alves da Silva, Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto

Professor Associado na Universidade de São Paulo/Faculdade de Direito de Ribeirão Preto. Mestre, Doutor e Livre-Docente em Direito/Universidade de São Paulo. Visiting Scholar junto ao "Center for Studies of Law and Society?/ Universidade da California, Berkeley (2016) e "Global Legal Studies Institute?/Universidade de Wisconsin, Madison (2012). Membro fundador da "Rede de Estudos Empíricos em Direito? (REED). Pesquisador Visitante junto ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA; 2009/2011; 2019/2020). Foi pesquisador e professor da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Direito GV; 2003-2009). Pesquisador Associado ao Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais (CEBEPEJ; desde 2003). Editor da Revista de Estudos Empíricos em Direito (Qualis B1; 2013/2016). Especialista em pesquisas empíricas em direito, acesso à justiça, administração de conflitos, direito processual civil. Trabalhos publicados em temas como: acesso à justiça, gestão da Justiça, litigiosidade, reforma do Poder Judiciário, reformas da legislação processual, meios alternativos de resolução de conflitos, gerenciamento de processos judiciais, burocracia judicial, juizados especiais cíveis, controle judicial da improbidade administrativa. Autor de Gerenciamento de processos judiciais (Saraiva, 2010) e Negociação, Mediação, Conciliação e Arbitragem (Forense-Gen, 2a ed. 2019). (Texto informado pelo autor)

Daniela Monteiro Gabbay, FGV Direito SP

Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Pará (2003), Mestre (2007) e Doutora (2011) em Direito Processual pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Fox International Fellow (2008-2009) no Whitney and Betty MacMillan Center for International and Area Studies - Yale University, Visiting Fellow no Departamento de Direito da London School of Economics and Political Science (2012). Atualmente é Professora de Organização da Justiça e do Processo, Processo Coletivo, Mestrado e Arbitragem na graduação e pós graduação da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV DIREITO SP), É Advogada e atua com mediação e arbitragem em Mange e Gabbay Sociedade de Advogados. Tem experiência em pesquisas nas áreas de direito processual civil, acesso à justiça, mediação, arbitragem e Judiciário.(Texto informado pelo autor)

Maria Cecília de Araújo Asperti, FGV Direito SP

Doutora e Mestre em Direito Processual Civil pela Universidade de São Paulo. Foi visiting scholar na Universidade de Yale pelo programa Fox International Fellowships (2011-2012). Professora do curso de graduação e da pós-graduação lato sensu da Escola de Direito da FGV DIREITO SP (GVlaw). Professora do curso de pós-graduação em Direito da Escola Paulista de Direito (EPD). Foi coordenadora acadêmica do programa de pós-graduação lato sensu da Escola de Direito da FGV DIREITO SP (GVlaw) entre 2014 e 2016. Pesquisadora do Centro de Estudos em Direitos Humanos e Empresas (CEDHE) da FGV DIREITO SP. Pesquisadora em temas relacionados à acesso à justiça, processo civil, gênero e discriminação. Advogada orientadora do Departamento Jurídico XI de Agosto da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Advogada na área de contencioso cível, consultivo e família. Mediadora. (Texto informado pelo autor)

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Publicado

2022-08-24

Edição

Seção

Artigos