Teste das microbolhas estáveis no diagnóstico precoce da síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18316/sdh.v12i1.10842

Palavras-chave:

Teste das Microbolhas Estáveis; Síndrome do desconforto respiratório; Recém-nascidos; Surfactante exógeno; Corticoterapia.

Resumo

Objetivo: Analisar a importância do Teste das Microbolhas Estáveis (TME) no diagnóstico precoce da Síndrome do Desconforto Respiratório do recém-nascido (SDRRN) em recém-nascidos (RN) com idade gestacional entre 32 e 37 semanas com sintomas respiratórios (SR). Metodologia: estudo observacional, de coorte. A coleta de dados ocorreu em um hospital público do sul do Brasil, entre março de 2018 e fevereiro de 2020. Resultados: Participaram 23 recém-nascidos e compararam-se os grupos dos pacientes com e sem sintomas respiratórios em relação ao número de microbolhas estáveis. Dentre os RN com SR, 50% apresentaram entre 15 e 50 mbe/mm² e 50% acima de 50 mbe/mm².  Já os pacientes sem SR, 18% apresentaram entre 15 e 50 mbe/mm², enquanto 82% apresentaram mais de 50 mbe/mm², sem diferença ou associação significativa. As mães dos RN com SR receberam corticoterapia pré-parto, fator protetor ao desenvolvimento da SDRRN, não necessitando de administração do surfactante exógeno. Conclusão: utilizar o TME para auxílio diagnóstico da SDRRN foi um método eficaz, pois não houve RN com menos de 15 mbe/mm² e nenhum RN necessitou surfactante exógeno. Os RN com sintomas respiratórios, cuja quantidade de microbolhas estáveis excede 15mbe/mm², demonstram possuir SDRRN leve, a qual não necessita de administração de surfactante exógeno, como verificado no estudo.

Biografia do Autor

Alonso Acevedo Herazo, UFSM

Graduação em Medicina pela Universidade Metropolitana de Barranquilla (2012). Curso de Especialização para Médicos Estrangeiros no Programa de Residência Médica em Pediatria, pela Universidade Federal de Santa Maria (2015-2018). Curso de Especialização para Médicos Estrangeiros no Programa de Residência Médica em Neonatologia, pela Universidade Federal de Santa Maria (2018-2020). Mestre em Ciências da saúde, pela universidade Federal de Santa Maria.

Amanda de Souza Brondani, UFSM

Fisioterapeuta doutoranda em Pediatria na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Especialista Profissional em Fisioterapia em Terapia Intensiva, com área de atuação em Neonatologia e Pediatria, pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR), em parceria com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO). Pós-graduada em Fisioterapia em UTI Neonatal e Pediátrica (Centro Universitário UniRedentor-RJ). Mestra em Ciências da Saúde - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS. Especialista em Gestão e Atenção Hospitalar no Sistema Público de Saúde, área de concentração Materno Infantil, pelo Programa de Pós-graduação em Residência Multiprofissional Integrada em Gestão e Atenção Hospitalar no Sistema Público de Saúde - UFSM. Graduada pela UFSM.

Roseli Henn, UFSM

Possui graduação em MEDICINA pela Universidade Federal de Santa Maria (1992), mestrado em Medicina Pediatria e Saúde da Criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2002) e doutorado em Medicina Pediatria e Saúde da Criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2011). Atualmente é professor assistente da Universidade Federal de Santa Maria e pediatra neonatologista do HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA. 

Luciane Flores Jacobi, UFSM

Possui graduação em Matemática Licenciatura Plena pela Universidade Federal de Santa Maria (1993), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria (2001) e doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (2007). Atualmente é professora Adjunta do Departamento de Estatística (UFSM)

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Publicado

2024-06-27

Edição

Seção

Artigos Originais