Reflexões e incumbências do Direito em relação ao idadismo nas mídias
DOI:
https://doi.org/10.18316/dilogo.v1i56.11842Palavras-chave:
Estereótipo, Etarismo, Inclusão Social, Lei, Pessoa IdosaResumo
O envelhecimento populacional apresenta implicações nas esferas políticas, econômicas e culturais das quais são constituídas de potencialidades e desafios, dentre os aspectos sociais observados, nota-se a importância de combater o idadismo. Com isso, o presente ensaio objetivou apresentar os aspectos relativos ao fenômeno do idadismo na sociedade brasileira com enfoque na contribuição da mídia na criação de estereótipos e em dispositivos jurídicos existentes. Observou-se que a mídia influencia na construção dos estereótipos relativos a um determinado grupo, como a população idosa. No Brasil, um dos meios no qual o idadismo é expresso se relaciona com a construção da imagem da pessoa idosa pela mídia, que ainda reforça a imagem de vulneráveis e não contributivos. Salienta-se que ainda é observado tais estereótipos negativos associados à velhice, mesmo com as mudanças significativas realizadas nas últimas décadas, com novas atribuições de papéis à pessoa idosa na mídia e externa a ela. No que tange aos dispositivos legais, o Estatuto da Pessoa Idosa é um mecanismo relevante no processo de combate ao idadismo, bem como os órgãos como Conselho Nacional dos Direitos do Idoso e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária podem colaborar nesse processo. Concluiu-se que o combate ao idadismo é uma forma de promover a inclusão da pessoa idosa em diferentes esferas sociais, bem como reconhecer as suas potencialidades. Sendo que a mídia, com a capacidade de moldar perspectivas, pode ser considerada uma ferramenta de promoção de uma maior convivência intergeracional positiva.
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