Racismo e vulnerabilidade: o RAP como ferramenta de luta e resistência
DOI:
https://doi.org/10.18316/dilogo.vi52.10252Palavras-chave:
Racismo Estrutural. Branquitude. Rap.Resumo
Esse estudo se caracteriza como uma análise teórica, teve como objetivo proporcionar reflexões sobre o racismo estrutural e a branquitude nas relações sociais brasileiras, tal como discutir a produção de vulnerabilidades e apontar a Psicologia como parte integrante no combate a esta forma específica de violência através do rap Ismália do álbum AmarElo do Emicida. A análise textual do rap ocorreu nos meses de abril, maio e junho de 2022 com o suporte de bibliografias pertinentes à temática, permitindo desenvolver temas base como: branquitude, racismo estrutural e suas implicações sociais, vulneráveis e invulneráveis na vida e subjetividade das pessoas partindo da análise musical. Desse modo, a partir do explanado, os resultados encontrados garantem que o racismo apresenta-se no Brasil de forma estrutural, trazendo duras consequências para as pessoas não brancas, gerando diferentes aspectos psicológicos existenciais a partir da cor. Assim, conclui-se que é fundamental que profissionais de Psicologia alicerçados no código de ética da profissão se empenhem em produzir intervenções que compreendam essa estrutura considerando seus danos e sofrimentos provocados as populações atingidas a fim de contribuir com a mudança dessas praxes.
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