Cadastro Positivo Obrigatório - Política pública para o “cidadão de bem”: Um instrumento aa Governamentalidade neoliberal e fomento às desigualdades sociais

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18316/REDES.v12i28233

Palabras clave:

Política Pública. Cadastro Positivo. Governamentalidade. Desigualdades Sociais

Resumen

 Analisamos o cadastro positivo obrigatório, a luz da teoria da governamentalidade de Foucault e do princípio constitucional da redução as desigualdades sociais, visando compreender em que medida essa política pública pode ser compreendida como uma técnica da governamentalidade neoliberal e como ela poderia contribuir com o objetivo fundamental de redução das desigualdades sociais. Apresentamos as principais diretrizes das políticas públicas a partir das contradições existentes na relação Estado x sociedade x mercado, a luz da teoria da foucaultiana e considerando suas implicações na política do cadastro positivo obrigatório e sob a ótica do princípio da redução das desigualdades sociais. Trata de uma técnica da governamentalidade neoliberal na qual há a sobreposição dos dispositivos disciplinar, segurança e desejo, que incentiva a hierarquização entre os cidadãos, ampliando a discriminação e interferindo tanto no aspecto econômico-financeiro, quanto na esfera do desejo de pertencimento dos indivíduos, sendo, portanto, uma política inconstitucional.  

Biografía del autor/a

Helen Nicácio de Araujo, Faculdade de Direito de Vitória - FDV

Doutoranda em Direitos e Garantias Fundamentais pela FDV/ES, Mestre em Segurança Pública pela UVV/ES, especialista em Direito Processual, Defensora Pública no Estado do Espírito Santo

     

Elda Coelho de Azevedo Bussinguer, Faculdade de Direito de Vitória

Livre Docente pela Universidade do Rio de Janeiro (UniRio). Doutora em Bioética pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais pela Faculdade de Direito de Vitória (FDV). Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Direito Mestrado e Doutorado em Direitos e Garantias Fundamentais da Faculdade de Direito de Vitória (FDV). Editora da Revista Direitos e Garantias Fundamentais (QUALIS A 1). Coordenadora do BIOGEPE- Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Políticas Públicas, Direito à saúde e Bioética. Membro do Conselho científico da Sociedade Brasileira de Bioética. Professora Associada II aposentada da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

   

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Publicado

2024-08-30

Número

Sección

Artigos