Representações sociais de Manipuladores de alimentos sobre alimentação associadas a fatores socioeconômicos e nutricionais

Abstract

Objetivou-se investigar a associação entre as representações sociais de manipuladores de alimentos de contextos escolares públicos sobre sua alimentação com fatores socioeconômicos e nutricionais. Estudo descritivo transversal, em que os dados socioeconômicos, nutricionais e de representações sociais foram obtidos por meio de entrevista presencial, empregando um questionário semi-estruturado. Além disso, foi realizada a aferição de peso, altura e circunferência abdominal desses indivíduos. Para compreender a complexidade e nuances das representações sociais acerca da alimentação, utilizou-se o teste de Evocação Livre de Palavras (EVOC) e a análise do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Também foi realizada a avaliação antropométrica do estado nutricional, por meio do índice de Massa Corporal (IMC); verificado o risco de complicações metabólicas; e apurada a satisfação corporal, pela escala de Stunkard. Os 263 participantes, predominantemente do sexo feminino, apresentaram idade média de 45 anos, com até 8 anos de escolaridade e renda per capita entre meio e dois salários mínimos. A maioria (64,26%) tem a concepção positiva da sua alimentação associada a melhores indicadores de saúde como: menor circunferência abdominal, peso e IMC;  e maior satisfação corporal. Termos como "saudável" e "segura" foram relacionados positivamente com a satisfação corporal. Observou-se também correspondência de maior insatisfação corporal com concepção negativa acerca de suas práticas alimentares. Conclui-se que as representações sociais dos manipuladores de alimentos estão associadas a aspectos nutricionais (antropométricos e satisfação corporal) e idade. Portanto, intervenções nutricionais para a promoção da alimentação adequada e saudável desses indivíduos devem levar em consideração essa associação para potencializar sua eficácia.