“Será que eu deveria estar neste curso?”: sobre estudantes de escolas públicas em cursos de alta seletividade social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18316/recc.v25i2.6600

Palavras-chave:

Estudantes, Escolas Públicas, Universidade Pública, Alta Seletividade Social, Permanência.

Resumo

O artigo objetiva compreender criticamente aspectos da trajetória familiar e escolar de estudantes de escolas públicas aprovados em cursos de alta seletividade social em universidade pública, tratando, principalmente, da ‘luta’ pela permanência na educação superior. O estudo, de natureza exploratória e descritiva, ao partir das ideias de Bourdieu, da noção de “fronteiras sociais” de Lamon e Molnár (2002), do estudo de caso (TRIVINÕS, 1987) e das entrevistas com estudantes de Medicina e Direito, concluiu: a permanência dos estudantes cotistas na educação superior é um continuum do que foi a luta pelo acesso; as necessidades cotidianas e acadêmicas dos estudantes vão forjando as suas virtudes morais; os estudantes enfrentam a “violência doce” (BOURDIEU, 2010), às vezes dissimulada ou não, nas fronteiras simbólicas e materiais de distinção social no campo acadêmico, que podem levá-los à autoexclusão. Um sistema público de educação superior não pode ser democrático se se configura em alguns estudantes ‘heróis’, oriundos de escolas públicas, que alcançam êxito na seleção para os cursos de alta seletividade social, quando mobilizados por não duvidar dos próprios sonhos. Entre os tópicos para estudos e pesquisas posteriores estão: as cotas sociais em relação ao processo de participação de estudantes de escolas militares e a convergência ou variações das necessidades e virtudes em estratos das classes médias e classes populares em cursos de alta seletividade social.

Biografia do Autor

Carlos Lopes, Universidade de Brasília - UnB Faculdade de Educação

Dr. em Sociologia (PUC-SP) e  Professor Associado da Universidade de Brasília (UnB), atuando na Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação. Coordenador do Grupo de Pesquisa Educação, Capital Cultural e Tecnologias.

Priscila Becil Campos, Faculdade de Educação - Universidade de Brasília (UnB)

Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB) e Pós-Graduação Lato Sensu em em Docência no Ensino Superior. 

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Publicado

2020-08-05

Edição

Seção

Artigos