Percepções de servidores Técnico-Administrativos em Educação durante o estágio probatório e a relevância da capacitação: um estudo de caso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18316/recc.v29i3.8234

Resumo

Este trabalho é parte de uma pesquisa do Mestrado Profissional em Educação Profissional sobre as contribuições da formação continuada ao desenvolvimento de servidores públicos em estágio probatório, especialmente dos profissionais da educação, neste contexto incluídos os técnico-administrativos em educação (TAE). A pesquisa é do tipo exploratório, abordagem quali-quantitativa, delineamento bibliográfico e eletrônico, análise dos resultados de conteúdo por categoria e descritiva dos dados. Tem a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) como campo de atuação e seu universo os servidores ingressantes desde primeiro de janeiro de 2018, delimitado em um estudo de caso. O recorte estudado corresponde a dados obtidos por meio de questionário eletrônico destinado aos TAE. Os resultados levantados permitem análises sobre: 1) perfil; 2) autopercepção enquanto servidor público; 3) autopercepção enquanto profissional da educação; 4) grau de conhecimento acerca da responsabilidade social, direitos e deveres do servidor público federal; 5) grau de conhecimento dos objetivos institucionais e da missão da UFRGS; 6) sentimento de pertencimento à Instituição; 7) contribuição da capacitação para a formação da identidade profissional e para a interação com a Universidade. Finalmente, o presente estudo buscou nas bases conceituais da Educação Profissional e Tecnológica e da formação continuada as diretrizes para a análise dos dados, considerando o contexto social e organizacional dos sujeitos e o trabalho como princípio educativo. A revelação de traços culturais que podem ser generalizados a outras instituições federais de ensino denota o importante papel que a área de gestão de pessoas desempenha no ambiente institucional e coletivo. Os resultados obtidos evidenciam um universo institucional de diferentes traços culturais, refletindo distintas realidades. Conclui-se que a proposta de formação continuada deve considerar a cultura organizacional e as particularidades dos sujeitos, formando para a autonomia, emancipação e capacidade criativa e objetivando a transformação do espaço em que o sujeito está inserido.

Biografia do Autor

Karen Werlang Lunkes, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Porto Alegre

Servidora técnica-administrativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diretora da Divisão de Análise e Orientação do Desenvolvimento na Carreira, que está inserida na Escola de Desenvolvimento de Servidores da UFRGS, vinculada à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas.

Ana Sara Castaman, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão

Graduada em Psicologia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2003), graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (2009), mestre em Educação Nas Ciências pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2006) e doutora em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2011). Atualmente atuo como professora no Instituto Federal do Rio Grande do Sul e estou como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica - ProfEPT. Sou líder do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Formação de Professores para a Educação Básica e Profissional.

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2024-12-20

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Artigos