Currículo do Estado de São Paulo: o olhar de professores de Matemática da rede estadual de ensino de um município
DOI:
https://doi.org/10.18316/recc.v29i4.10029Palavras-chave:
Currículo de Matemática, Reformas Curriculares, Professores de Matemática da Educação BásicaResumo
Este texto apresenta resultados de uma pesquisa qualitativa de delineamento analítico-descritivo cujo objetivo é analisar a prática de ensino e os sentidos a ela atribuídos por professores de Matemática, para caracterizar a lógica reguladora da sua prática no contexto das orientações curriculares. Utilizamos um questionário, respondido por 72 professores de Matemática de 25 escolas da rede estadual de um município paulista. Os resultados são relativos ao olhar dos respondentes sobre: o envolvimento efetivo dos professores com o currículo vigente no período 2008-2018, a contribuição do currículo para a prática docente, a necessidade de continuidade do material utilizado nesse período ou de uma nova proposta e, nesse caso, com quais características. O envolvimento efetivo, ou não, aprsenta restrições à forma que se deu o processo de implantação e implementação e à qualidade do material. Os professores sinalizam a contribuição desse material para a sua prática, e 62,5% deles indicaram que este deveria continuar, mas apontam restrições de diversas ordens. Do total de professores, 86,1% defendem a necessidade de uma nova proposta para ser utilizada nas escolas e indicam que esta deveria ser detalhada quanto aos conteúdos e metodologia, e flexível para se adaptar à realidade dos alunos e professores. Os dados revelam que estamos longe de atingir êxito quanto ao envolvimento efetivo no processo de implantação e implementação curricular, pois ainda que admitam que o material auxilia na prática docente, seria necessário o protagonismo dos professores nos processos de reformas curriculares, conforme aponta a literatura, o que não ocorreu. Consideramos imprescindíveis políticas voltadas para o engajamento dos professores desde o processo de elaboração de reformas curriculares e formação continuada em serviço que possibilite reflexão, discussão e questionamentos críticos. Caso contrário, o que ocorre na prática não sofrerá impactos positivos advindos dos estudos do campo curricular.Referências
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