Dicionário Raciocinado das Licenciaturas: ornitorricando discursos no campo da formação de professores

Autores

  • Luciano Bedin da Costa Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
  • Claudia Madruga Cunha Universidade Federal do Paraná - UFPR

DOI:

https://doi.org/10.18316/recc.v23i2.4448

Palavras-chave:

Licenciaturas, Escrita, Discursos, Verbete, Dicionário.

Resumo

Este artigo analisa uma pesquisa que tem investido em incentivar os licenciandos a expressarem aquilo que excede nos discursos da formação de professores. Tendo Roland Barthes, Michel Foucault e Gilles Deleuze como intercessores, detém-se em pensar a escrita enquanto provocação, ferramenta que põe em movimento e movimenta o excurso dos discursos mais sedimentados acerca da educação, que dizem da figura do professor nos dias atuais. Traz percepções que resultam de um exercício de estranhar o que se diz a respeito do “ser professor”. Desenvolvida junto a estudantes de licenciaturas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem feito da escrita e do escrever, reunidos pelo conceito de fantasia, um dispositivo de intervenção. Dando forma a esse exercício de estranhamento, nomeado ornitorrincar, uma vez que se utiliza da figura do ornitorrinco, cria o Dicionário Raciocinado das Licenciaturas, que se inspira em alguns procedimentos operados pela Encyclopédie ou Dictionaire Raisonné des Sciences, des Arts et des Métiers, de Denis Diderot e Jean d’Alembert. Composto por quatro Tomos e com um total de noventa e três licenciandos participantes, agencia uma produção coletiva de textos na forma de verbetes, resultado de provocações filosóficas e literárias. O ornitorrinco surge no projeto como imagem-guia, espécie de imagem-conceito que sintetiza a força de estranhamento e o trabalho do desconhecido, qualidades vitais à docência e, por conseguinte, à formação de professores. Tal desafio tem convocado os estudantes a se perceberem e a escreverem sobre essa experiência de tornar-se professor. Ao invés da simples denúncia, os verbetes que compõem o dicionário são um convite ao estranhamento dos lugares comuns que compõem a formação de professores, uma solicitação a ornitorrincarem concepções e experiências docentes.

Biografia do Autor

Luciano Bedin da Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Professor da Faculdade de Educação e do PPG Psicologia Social e Institucional da UFRGS.

Claudia Madruga Cunha, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Licenciada em Filosofia pela UFPEL(1990), Mestre em Filosofia pela PUCRS (1998); Doutora em Educação pela UFRGS (2006); pós-doutora pela Universidade do Porto UP (2016) . É professora Associada da UFPR, atua no Setor de Educação Profissional e Tecnológica e Mestrado Profissional em Educação: Teoria e Prática de Ensino. Faz parte do Grupo Escrileituras da Diferença em Filosofia-Educação" UFRGS/RS; do "Laboratório de estudos em educação Linguagem e teatralidades". UFPR. Participa do projeto de Cooperação Internacional (CAPES e FCT/Portugal): "Qualidade e direito à educação superior: estratégias institucionais em tempos de globalização" - parceria entre a UNISINOS e Universidade do Porto, UP; Integra a equipe nacional de pesquisa sobre os impactos do "Programa Mais Educação" nas políticas públicas de educação desde 2012, financiado pelo MEC. "Programa- Mais Educação". Na produção de conhecimento opera com os filósofos da diferença (Deleuze, Nietzsche e Foucault) e outros da tradição nas seguintes áreas: pedagogia da diversidade (diferença); filosofia da educação, formação de professores e currículo.

Downloads

Publicado

2018-10-02

Edição

Seção

Dossiê