“Alunos são todos iguais, não têm sexo:” análise das práticas de educação sexual e o enfrentamento à homofobia nas escolas

Autores

  • Frederico Viana Machado UFRGS
  • Margarita Diaz Montenegro REPROLATINA
  • Magda Loureiro Motta Chinaglia REPROLATINA

DOI:

https://doi.org/10.18316/recc.v24i3.5278

Palavras-chave:

Educação Sexual, Homofobia, Diversidade Sexual, Preconceito, Política Pública.

Resumo

A análise das políticas públicas de enfrentamento à homofobia implementadas no Brasil nos últimos 15 anos e as pesquisas realizadas sobre o tema indicam que há consciência de que a homofobia no país é um problema importante e prioritário. Os estudos também indicam que, embora haja consenso de que o enfrentamento da homofobia deveria começar desde a infância, pouco se sabe sobre a situação da homofobia na comunidade escolar e muito pouco sobre as causas que a mantém nas escolas. Realizou-se um estudo descritivo e exploratório de abordagem qualitativa, com análise de conteúdo, com o objetivo de descrever a situação da homofobia na comunidade escolar em 11 capitais brasileiras. Utilizaram-se: entrevistas em profundidade com secretários/as estaduais e municipais de educação, diretor/a e coordenador/a de ensino; grupos focais com professores/as e estudantes; entrevistas informais com pessoal administrativo; e observação do ambiente escolar. Embora a legislação aponte que a educação sexual deve ser um tema transversal e incluir aspectos de gênero e diversidade sexual, constatou-se uma grande distância ao que realmente acontece. A pesquisa corrobora com dados nacionais pesquisas que foram feitas em âmbitos locais em diversas cidades brasileiras. O discurso de autoridades foi de que existem políticas públicas de educação sexual que consideram a diversidade sexual, mas na prática, quando ocorre, esta se da de forma espontânea e enfoca somente os aspectos biológicos de prevenção da gravidez e das ITS/HIV-Aids. Os dados mostraram a forte presença de preconceito homofóbico e o despreparo da escola para lidar com a diversidade sexual. Esta configuração é problemática para o tratamento da sexualidade, pois a isola das demais dimensões da vida e impede que sua força motivadora participe das demais práticas escolares.

Biografia do Autor

Frederico Viana Machado, UFRGS

Mestre e Doutor em Psicologia pela UFMG. Professor do Bacharelado em Saúde Coletiva e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Coordenador do Laboratório de Políticas Públicas, Ações Coletivas e Saúde (LAPPACS/UFRGS).

Margarita Diaz Montenegro, REPROLATINA

Doutorado em Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Reprolatina Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva

Magda Loureiro Motta Chinaglia, REPROLATINA

Médica. Mestre em Ginecologista e obstetrícia pela UFMG. Doutora em Medicina pela Unicamp. Consultora independente da Reprolatina.

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Publicado

2019-11-29

Edição

Seção

Dossiê