O pensamento da arte na Educação Matemática: a obra aberta de Athos Bulcão

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DOI:

https://doi.org/10.18316/recc.v26i3.8403

Palavras-chave:

Arte e Educação, Educação Matemática, Formação de Professores, Aprendizagem Baseada na Experiência, Athos Bulcão.

Resumo

Este artigo se baseia em uma Experiência Formativa realizada com estudantes do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de São Carlos, SP, num projeto que envolve Arte e Educação Matemática. O objetivo geral da proposta foi integrar a experiência artística com uma prática matemática. O intuito foi conhecer a obra do arquiteto e artista Athos Bulcão (1918 - 2008) e recriar obras específicas por diferentes tecnologias, como software, régua, compasso e colagens. Este artista foi escolhido para a Experiência Formativa pelos aspectos gráficos e geométricos presentes nas suas obras, pela simplicidade, beleza e proposta de “obra aberta” em que a composição final do painel é resultado do processo não uniforme de assentamento dos azulejos pelos operários. Esse aspecto imprevisível e dinâmico contrasta com uma suposta matemática verdadeira, universal e fixa. O referencial teórico, de inspiração na filosofia de Gilles Deleuze, considera a “aprendizagem” não no sentido da aquisição de conhecimento, mas como experiência e sentido, pautada em uma perspectiva não restrita a dicotomias tal como conteúdo e método, ciência e técnica, numa crítica a aspectos da modernidade que separa a razão das emoções e preza o conhecimento verdadeiro e universal. A atividade desenvolvida com os estudantes foi em si mesma o que se pretendia ensinar, no sentido de se tratar de uma prática não restrita à aula tradicional e que considera não haver um controle do aprender, do pensar e dos acontecimentos. Os participantes aderiram com expressivo engajamento ao projeto que resultou em 15 obras recriadas e uma exposição multimídias em espaço público da universidade com ampla divulgação na região. A Experiência poderia ser vista como alternativa, em termos filosóficos e pedagógicos, a uma compreensão racionalizada da formação e visa contemplar demandas de formação cultural e não disciplinar do professor de matemática.

Biografia do Autor

Denise Silva Vilela, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Professora efetiva do  Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de São Carlos.

Atua principalmente nas áreas de Filosofia da Matemática e da Educação Matemática; Educação Matemática, Sociologia e História.

 

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Publicado

2021-10-26

Edição

Seção

Artigos