Quase secularização: um estudo sobre as relações entre a cultura brasileira, a religiosidade popular e a laicidade da escola pública

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18316/recc.v27i2.8723

Palavras-chave:

Laicidade, Teoria da Secularização, Cultura Brasileira, Sincretismo

Resumo

As investigações em torno da laicidade do estado e da escola pública criaram o consenso de que a sociedade brasileira apresenta dificuldades para atomizar-se estritamente ao campo político sem a interveniência da esfera da religião. Importa, agora, pensar as causas que podem explicar as razões para que o processo de secularização/desencantamento, no contexto brasileiro, se configure diferenciado. Argumentamos que a teoria da secularização, elaborada em sociedades cristãs europeias, não tem a mesma eficácia teórica para explicar outros processos de secularização em sociedades não europeias. A cultura brasileira, além do cristianismo, formou-se a partir de diversas matrizes religiosas, a indígena e a africana, num imbricado processo de sincretização. Destacamos a influência africana, particularmente a tradição religiosa nagô-yorubá, que permeou o complexo cultural brasileiro. Mesmo em ambientes católicos, ainda hegemônicos, vigora uma compreensão mágica e sacral da realidade. Ao contrário do que se esperaria, o mundo continua encantado e permeado por forças sobrenaturais que inibem a potência secularizante do cristianismo.

Biografia do Autor

Eneida da Silva Fiori, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais, da UERJ. Mestre em Educação pelo PPGEdu, da UERJ/FFP  (2021). Especialista em Gestão Escolar, pela UERJ (2019). Possui graduação em Letras Português/Inglês pela Faculdade de Formação de Professores - UERJ (2011). Atualmente é Professora Doc I na Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro e Membro do Grupos de pesquisa Seraphicus.

 

Luiz Fernando Conde Sangenis, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutor em Educação pela UFF, Professor Associado da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/UERJ), Coordenador do Programa da Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais (FFP/UERJ), Coordenador do Grupo de Pesquisa SERAPHICUS.

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Publicado

2022-11-08

Edição

Seção

Artigos