“PAGO, NÃO NEGO. VIVO QUANDO PUDER”
ENDIVIDAMENTO, PRECARIZAÇÃO DA VIDA DOCENTE E GOVERNAMENTALIDADE NEOLIBERAL
DOI:
https://doi.org/10.18316/rcd.v15i36.9702Palavras-chave:
Professoras, Endividamento, Neoliberalismo, Governamentalidade, Precarização.Resumo
Apresentamos alguns resultados de uma pesquisa que teve como objetivo conhecer os efeitos subjetivos do endividamento para professoras estaduais gaúchas. Neste artigo focalizamos análises e discussões quanto à produção do endividamento das professoras e a precarização da sua vida em função da racionalidade neoliberal. A pesquisa, cuja metodologia se compôs entre uma análise de inspiração arqueogenealógica e o processo cartográfico, incluiu entrevistas com oito docentes e análise de matérias de jornais de grande circulação, do sindicato de professoras, charges e reportagens na internet sobre a temática. Aqui analisamos os impactos da governamentalidade neoliberal na condição e cotidiano das professoras considerando as políticas de austeridade conduzida pelos governos estaduais, os efeitos da dívida pública e a concepção do homo oeconomicus neoliberal, abordada por Michel Foucault. A lógica neoliberal estrutura a conduta dos sujeitos como empresários de si, com acento na concorrência e responsabilização de indivíduos. Discutimos a questão da dívida como biopolítica, as implicações do endividamento financeiro e moral das docentes e a proletarização da profissão, o que nos levou a ressaltar uma noção de precarização não só correspondente à baixa remuneração recebida pelo magistério, mas da própria vida; nestas circunstâncias, normaliza-se a (mera) sobrevivência e assegura-se o crédito para a “vivência”. Finalizamos discutimos a mutação do dito popular, que abre o título, buscando enlaçar endividamento e precarização da vida, enfoque que pensamos necessita ser mais estudado.
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