Relações entre “ideologia de gênero” e assédio: o poder dos discursos na constituição de comportamentos

Autores

  • Rita de Cássia Portella Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
  • Rochele da Silva Santaiana Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.18316/recc.v24i3.5598

Palavras-chave:

Educação, Ideologia de Gênero, Assédio.

Resumo

O presente artigo integra uma pesquisa a nível de Mestrado que procura trazer elementos para a discussão sobre correntes de pensamento que alimentam discursos sobre gênero, nomeados ideologia de gênero, sejam conservadores ou liberais. Objetiva a análise de i) discursos constitutivos de práticas de assédio sexual, no exercício daquilo que algumas subjetividades institucionalizadas chamam de autonomia e ii) discursos que fomentam e formulam o uso adestrado do termo ideologia de gênero. Inspirado no arcabouço teórico foucaultiano, que define a governamentalidade vigente e confere propriedade às análises discursivas, o artigo traz como problema de pesquisa: como se constitui a subjetividade do brasileiro, homem ou mulher, que reivindica o poder da família normativa e não compreende a própria contradição ao permitir, incentivar ou produzir assédio? Buscou-se as condições de possibilidade que fazem emergir discursos conservadores e ao mesmo tempo geram um ambiente próprio para as discussões sobre assédio sexual. O artigo aponta para o termo ideologia de gênero de origem católica instituída na sociedade neoliberal. Tem como corpus analítico um comparativo entre questões filosóficas de obras midiáticas da atualidade, utilizadas para sensibilização, e as normativas recentes das legislações de ensino voltadas para os temas de gênero e sexualidade, com destaque para o Escola sem Partido e sua proposição quanto a ideologia de gênero. Foi realizado um investimento para procurar compreender, na historicidade atual, pontos de apoio que permitiram a constituição de subjetividades engendradas em comportamentos de assédio sexual e um complexo temor pela educação em gênero e sexualidade ministrada nas escolas brasileiras. O trabalho encaminha-se a concluir que o mecanismo governamental passível de sensibilizar contra a prática de assédio sexual não é a supressão da educação sexual, mas sim uma efetiva educação para sexualidade e gênero.

Biografia do Autor

Rita de Cássia Portella, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Mestra em Educação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Professora da Rede Estadual de Ensino do RS

 

Rochele da Silva Santaiana, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Docente do PPGED da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Professora Ajunta Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Pró-Reitora de Ensino da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

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Publicado

2019-11-29

Edição

Seção

Dossiê