Da internet para a sala de aula: percepções de professores em formação inicial em química e física sobre o internetês
DOI:
https://doi.org/10.18316/recc.v28i2.10750Keywords:
Cultura Digital, Linguagem na Internet, Formação de ProfessoresAbstract
Este trabalho buscou conhecer como professores em formação inicial nos cursos de licenciatura em Química e em Física percebem as práticas linguísticas de seus alunos, especialmente aquelas materializadas na escrita escolar, quando estas apresentam características dos contextos digitais de comunicação, configurando o dialeto internetês. Tomamos por internetês a variante escrita da língua advinda das práticas sociocomunicativas em contextos digitais cuja particularidade mostra-se em características como abreviações de palavras, supressão de letras por motivações fonéticas e inserção de símbolos e caracteres imagéticos. O objetivo geral foi investigar como os futuros docentes percebem essas práticas linguísticas e suas influências na escrita escolar de seus alunos. Para alcançar tal objetivo foram elaborados grupos focais como espaço de discussão do tema, e, junto aos professores em formação inicial pesquisados, discutiu-se se e como o internetês está presente na escola, e suas consequências na escrita escolar. Durante a realização da pesquisa fomos surpreendidos pela pandemia do covid-19 e seus desdobramentos, como, no campo educacional, o ensino remoto, o que culminou na presença do internetês ainda mais marcantemente nas práticas linguísticas dos alunos. Os dados qualitativos foram apreciados pela perspectiva da análise temática, somada as contribuições dos olhares que integram nosso quadro teórico, cujo enfoque vai ao encontro da premissa da língua como prática social. A partir da análise das narrativas dos professores em formação, foi possível perceber que entre os participantes da pesquisa, há tanto aqueles que percebem o internetês na sala de aula em uma perspectiva negativa, como também há aqueles que o tem como um dialeto com influências positivas no ambiente escolar. Consideramos que, para ampliar as discussões sobre o tema, é preciso investir nos espaços de formação de professores a fim de formar docentes que lidem pedagogicamente com o fenômeno linguístico intrínseco à cultura digital que chegou às escolas.
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