Colonialismo, subalternização do trabalho e mulheres negras: Uma análise a partir dos Fundamentos da Educação Ambiental

Abstract

 O presente artigo tem como objetivo principal trazer as discussões sociais e anticoloniais para o cerne da Educação Ambiental, procurando analisar qual a  possível relação do trabalho subalternizado com a lógica colonial e porque as mulheres racializadas são a maioria a realizarem este tipo de trabalho. Trazendo assim  também as camadas vulnerabilizadas da população para dentro das discussões ambientais. Procurando uma maior corporificação teórica e conceitual, esta escrita também fará uma breve análise  sobre processos históricos como a colonização europeia, e como a lógica colonial ainda está intrínseca à estrutura social de territórios colonizados.  Foram escolhidas para embasar as reflexões deste trabalho, leituras como:  “O discurso sobre o colonialismo” do autor Aimé Césaire, capítulos do livro “O ponto zero da revolução: Trabalho doméstico, reprodução e futa feminista” de Silvia Federici e também escritas da Antropóloga e ativista Lélia Gonzalez e Patricia Hill Collins. Também apareceram no decorrer desta escrita alguns pesquisadores da área da Educação Ambiental crítica, autores que ressaltam a importância das questões sociais não serem dissociadas das discussões da Educação Ambiental. A partir das análises das leituras mencionadas neste artigo percebemos  como a lógica colonial, vigente nos séculos XV e XVIII, ainda influência na estrutura social atual de territórios colonizados e faz com que mulheres em sua grande maioria racializadas, estejam à margem da pobreza e condicionadas ao trabalho subalternizado, sendo assim fortemente afetadas por questões ambientais.