Autoridade e educação: atualidade da pedagogia kantiana.

Authors

  • Luiz Gilberto Kronbauer

DOI:

https://doi.org/10.18316/141

Keywords:

Educação, autoridade, autonomia

Abstract

Neste artigo retomo a proposta de Kant como recurso para pensar a questão  da disciplina na Educação. Inicio com alguns fatos para situar o problema e mostrar como os meios de comunicação, que banalizam a violência, não dão publicidade às medidas corretivas ministradas aos infratores pelas instâncias competentes. Os exemplos apontam para uma situação social de crise profunda, caracterizada pelo desrespeito à dignidade humana. Apresento uma perspectiva de leitura da crise a partir da psicanálise, em torno do problema da autoridade, vinculada ao “nome do pai” e da “função paterna” de interdição, de interposição da regularidade e da harmonia. Em termos educativos, penso a questão da autonomia a partir da pedagogia de Kant, que antevia as dificuldades da passagem das relações monárquicas e verticais para as formas horizontais e democráticas de relação social, pois as últimas supõem que os indivíduos saibam usar adequadamente a sua liberdade, para impedir a recaída para formas centralizadas e autoritárias de organização social. Supondo a liberdade, a educação visa a disciplinar o educando e orientá-lo para a “maioridade”, a fim de que saiba guiar-se pela razão como condição para a autonomia.

PALAVRAS-CHAVE: Educação; autoridade; autonomia

ABSTRACT: In this article I return to Kant’s proposal as a resource to think about the issue of disciplines in education. Beginning with some facts to point out the problem and also show how the media, which banalize violence, do not give publicity to corrective measures given to infractors by the competent instances. The examples point to a social situation of deep crisis, characterized by the disrespect to human dignity. I present a perspective of reading of the crisis based on psychoanalysis, related to the problem of authority, tied with the “name of the father” and the “paternal function” of interdiction, and interposition of regularity and harmony. In educational terms I think about the question of autonomy from the perspective of Kant’s pedagogy, which foresaw the difficulties of the transition from monarchic and vertical relations to horizontal and democratic forms of social relation, as they assume that the individuals know how to use their freedom adequately to hinder the relapse to centralized and authoritarian forms of social organization. Taking freedom for granted, education aims to discipline the educating and guides them towards “adulthood”, in order for them to know how to guide themselves by reason as a condition to autonomy.

KEYWORDS: Education; authority; autonomy

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