Pobreza e desigualdade social: o que pensam estudantes do ensino médio e superior

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18316/recc.v27i2.9921

Palabras clave:

Desigualdade econômica, Mobilidade social, pobreza, conhecimento social.

Resumen

A pobreza é um fenômeno social complexo que compromete o desenvolvimento econômico, cultural, político e social de um país, atingindo milhões de pessoas em todo o planeta. Com o objetivo de investigar como alunos do ensino médio e universitários do curso de Pedagogia pensam a respeito de fenômenos socioeconômicos relacionados à pobreza e à desigualdade social, conduziu-se investigação com 118 estudantes do curso de Pedagogia e do ensino médio, de ambos os gêneros, com idade entre 15 e 51 anos, de níveis socioeconômicos baixo, médio e alto, pertencentes a duas instituições de ensino particular, localizadas em cidade do interior de Goiás. O instrumento utilizado foi uma entrevista clínica individual que permite verificar três níveis de compreensão dos fenômenos econômicos. Os resultados apontam que 53,4% dos participantes apresentam respostas características do nível IB, ou seja, crenças pautadas na meritocracia e no esforço individual, demonstrando incompreensão de políticas estruturais na construção de uma sociedade mais equânime. Respostas características do nível II foram encontradas em 36,4% da nossa amostra; nelas percebe-se que os sujeitos conseguem estabelecer vinculações entre a hierarquia das profissões e a remuneração, mas não compreendem a relação entre poder e exploração. Observa-se, também, a presença da ideia de oportunidades, porém sem a compreensão de ações que impõem obstáculos às mudanças sociais. Somente 7,6% dos estudantes encontram-se no nível III em que verifica-se uma concepção mais complexa dos diferentes níveis socioeconômicos, a presença de concepções de poder e exploração e o estabelecimento de relações entre sistemas distintos. No caso destes participantes, a desigualdade é analisada como produto de variáveis históricas, econômicas e relações de poder e dominação. O presente estudo identificou, ainda, que fatores como idade, gênero, ocupação, nível socioeconômico e acadêmico não foram bons preditores de melhores ou piores níveis de compreensão dos fenômenos econômicos.

Biografía del autor/a

Sônia Bessa, Universidade Estadual de Goiiás

Graduação em Pedagogia, Mestrado em Educação (UNICAMP, 2003), Doutorado (UNICAMP, 2008), Pós-Doutorado (UFTM, 2014). Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Goiás (UEG) atuando no curso de Pedagogia de Formosa e no programa de Pós-graudação em Gestão, Educação e Tecnologias PPGGET. Realiza pesquisas em: Educação Matemática, Educação Econômica e Financeira e Formação de Professores. Líder do LIMA/UEG/CNPq - Laboratório Interdisciplinar em Metodologias Ativas.

Eliane Giachetto Saravali, Universidade Estadual Paulista - UNESP

ossui Graduação em Pedagogia (UNICAMP,1995), Mestrado em Educação (UNICAMP,1999), Doutorado em Educação (UNICAMP, 2003), Pós-Doutorado em Educação (UEL, 2014). Atualmente, é docente do Programa de Pós-Graduação em Educação (UNESP/Campus de Marília) e do Departamento de Educação e Desenvolvimento Humano, atuando no curso de Pedagogia. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Psicologia do Desenvolvimento e destaque para os seguintes temas: conhecimento social, dificuldades de aprendizagem, construtivismo e educação, epistemologia e psicologia genéticas, educação infantil, interação social e sociometria

Maria Belintane Fermiano, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Doutora em Educação na área de Desenvolvimento Humano e Educação/UNICAMP; mestre em Psicologia da Educação/UNICAMP; bacharel em Ciências Econômicas /PUC-Campinas; Pedagoga; Coordenadora do GAEEC - Grupo de Alfabetizaçao Econômica e Educaçao para o Consumo, do Laboratório de Psicologia Genética/ Faculdade de Educaçao/Unicamp. 

Publicado

2022-11-08

Número

Sección

Artigos