ENCONTROS ENTRE ESCOLAS INDÍGENAS E NÃO-INDÍGENAS
REFLEXÕES A PARTIR DE UMA AÇÃO EM ANDAMENTO
DOI:
https://doi.org/10.18316/rcd.v16i44.12239Palavras-chave:
Educação Indigena, Educação Escolar, Dialogo Intercultural, Lei 11.645/2008Resumo
O artigo discute potencialidades e desafios da implementação da Lei 11.645/2008, que estabelece a inclusão do tema obrigatório “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nas diretrizes e bases da educação nacional brasileira. Para enfrentar o tema, este começa descrevendo uma série de ações desenvolvidas no contexto de um diálogo entre escolas e academia indígenas e não indígenas no Estado de São Paulo, e envolvendo professores indígenas e não indígenas. A tese é que essas ações destacam a importância de desenvolver estratégias baseadas em um diálogo entre as propostas epistemológicas indígenas e as não indígenas como uma sugestão construtiva e promissora para futuras iniciativas semelhantes na direção de um ambiente pedagógico mais plural.
Referências
ALENCAR, Breno, GEKBEDE, Targino, ARAÚJO, Marcelo (Orgs.). Antropologia na educação básica. Belém: Editora IFPA. 2023.
APYKÁ, Luan Elisio, PACHECO, Dhevan. Folhas e raízes: resgatando a medicina tradicional Tupi-Guarani. São Paulo: Comissão Pró-Índio de São Paulo. 2014.
AUGUSTO, Geri; XAKRIABÁ, Célia Nunes Corrêa; PÔRTO, Valéria. Águas do conhecimento: deslocamentos e confluências entre o tradicional e o acadêmico. Revista de Estudos em Relações Interétnicas | Interethnica, [S. l.], v. 23, n. 1, p. 304–323, 2022.
BANIWA, Gersem. Educação escolar indígena no século XXI: encantos e desencantos. Rio de Janeiro: Mórula, Laced, 2019.
BARRETO, João Paulo. Waimahsã: peixes e humanos. Manaus: Universidade Federal da Amazônia/EDUA. 2018.
BARROS, Maria Cândida Drumond Mendes. Educação bilíngüe, lingüística e missionários. Em Aberto, Brasília, v. 14, n. 63, p. 18-37, julho-setembro. 1994. DOI: https://doi.org/10.24109/2176-6673.emaberto.14i63.1974
BERGAMASCHI, Maria Aparecida, DOEBBER, Michele Barcelos, BRITO, Patricia Oliveira. Estudantes indígenas em universidades brasileiras: um estudo das políticas de acesso e permanência. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 99, n. 251, p.27-53. 2018. DOI: https://doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.99i251.3337
BESERRA, Bernadette, LAVERGNE, Rémi Fernand. Etnografando a sala de aula: contribuições da antropologia à formação de professores. Anthropológicas, v. 27, p. 72-101. 2016.
BOLLETTIN, Paride. El protagonismo indígena en la antropología contemporánea. Universidad Verdad, v. 1, n. 82, p. 30-43. 2023. DOI: https://doi.org/10.33324/uv.v1i82.639
BOLLETTIN, Paride, EL-HANI, Charbel, LUDWIG, David. The challenges of symmetrical dialogue: collaborative and interdisciplinary research in Northeast Brazil. Ethnobiology Letters, v. 14, n. 2, p. 47-55. 2023. DOI: https://doi.org/10.14237/ebl.14.2.2023.1836
BOLLETTIN, Paride, TROMBONI, Marco. Anthropology and Museums: Notes from a Course. Teaching and Learning Anthropology, v. 4, n. 2, p. 27-48. 2021. DOI: https://doi.org/10.5070/T30048890
CARDOSO, Luana da Silva. Memorial de uma liderança indígena: a construção política da trajetória... driblando as armadilhas da colonização. Tellus, v. 19, n. 39, p. 293-307. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.20435/tellus.v19i39.634
COHN, Clarice. Educação escolar indígena: para uma discussão de cultura, criança e cidadania ativa. Perspectiva, v. 23, n. 02, p. 485-515. 2005. DOI: https://doi.org/10.5007/%25x
CORREA XAKRIABÁ, Célia. O Barro, o Genipapo e o Giz no fazer epistemológico de Autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada. Dissertação de Mestrado: Universidade de Brasília. 2018.
CRUZ, Felipe Sotto Maior. 2018a. Entre la academia y la aldea: algunas reflexiones sobre la formación de indígenas antropólogos en Brasil. Anales de Antropología, v. 52, n. 2, p.25-33, julio-diciembre. 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/j.antro.2016.11.005
CRUZ, Felipe Sotto Maior. Indígenas Antropólogos e o Espetáculo da Alteridade. Revista de Estudo e Pesquisa sobre as Américas, v. 22, n. 2, p. 93-108. 2017. DOI: https://doi.org/10.21057/repamv%vn%i.%Y.26104
DANAGA, Amanda. C. O encontro de saberes e o desenvolvimento de novas epistemologias: reflexões sobre diversidade e educação In: Carlos Eduardo
FRANÇA, Carlos Eduardo; PRADO, Juliana do (Orgs). Cenários e perspectivas das políticas públicas contemporâneas: movimentos sociais, culturas e diferenças.1 edição. São Carlos: Pedro & João Editores, 2021a, v.1, 169-188.
DANAGA, Amanda C. Políticas e poéticas em variações discursivas Tupi Guarani. R@U, v. 13, p. 17-38. 2021b. Doi: https://doi.org/10.52426/rau.v13i1.363
DANAGA, Amanda C. 2018. 'Eles pensam que a escola é o lugar onde se educa as crianças'. Diálogos sobre o aprender na experiência cotidiana. EDUCAmazônia - Educação, Sociedade e Meio Ambiente, v. XXI, p. 81-97.
DANAGA, Amanda C. Encontros, efeitos e afetos: discursos de uma liderança Tupi Guarani. Tese de Doutorado: Universidade Federal de São Carlos. 2016.
EL-HANI, Charbel N. Bases teórico-filosóficas para o design de educação intercultural como diálogo de saberes. Investigações em Ensino de Ciências, v. 27, n. 1, p. 01-38. 2022. DOI: https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2022v27n1p01
FONTES, Francineia Bitencourt. Minha escrevivência, experiências vividas e diálogo com as mulheres indígenas do Rio Negro – Amazonas/Brasil. Cadernos de Campo, v. 29, n. 1, p. 179–186, 2020. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29i1p179-186.
GALLOIS, Dominique. A escola como problema: algumas posições. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela, CESARINO, Pedro (Orgs). Políticas Culturais e Povos Indígenas, pp. 509-517. 2014. São Paulo: Editora Unesp
DOLLIS, Nelly Barbosa Duarte. Nokẽ mevi revõsho shovima awe: o que é transformado pelas pontas das nossas mãos. Cadernos de Campo, v. 19, n. 1, p. 23-36. 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cra.v19i1.61162
GOLDMAN, Marcio; BANAGGIA, Gabriel. A política da má vontade na implantação das cotas étnico-raciais. Revista de Antropologia, v. 60, n. 1, p. 16-34, maio de 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2017.132062
GRUPIONI, Luis D. B. Formação de Professores Indígenas: Repensando Trajetórias. Brasília: MEC/UNESCO. 2006.
GUANABARA, Daniel; BOLLETTIN, Paride. Brazilian scientific production: Emerging epistemologies, ontologies and value systems. Anthropologia Integra, v. 13, n. 2, p. 45-53. DOI: https://doi.org/10.5817/AI2022-2-45
KLUDASH, Nara Lares, BOLLETTIN, Paride. Decoloniality of knowledge: Scientific dissemination of indigenous women productions. Anthropologia Integra, v. 13, n. 2, p. 39-44. 2022. DOI: https://doi.org/10.5817/AI2022-2-39
KRENAK, Ailton. A presença indígena na universidade. Maloca: Revista de Estudos Indígenas, v. 1, n. 1, p. 9-16. 2019. DOI: https://doi.org/10.20396/maloca.v1i1.13194
LOPES DA SILVA, Aracy, LEAL FERREIRA, M. K. (Orgs.). Antropologia, História e Educação: A Questão Indígena e a Escola. São Paulo: Global. 2001.
LOPES DA SILVA, Aracy, GRUPIONI, Luis. D. B. (Orgs.). A temática indígena na escola: Novos subsídios para professores de 1 e 2 graus. São Paulo: Global. 1995.
MAINARDI, Camila. Desfazer e refazer coletivos. O movimento tupi guarani. Tese de Doutorado: Universidade de São Paulo. 2016.
MAINARDI, Camila; LAZARIN DAL’ BÓ, Talita; Tatiana, LOTIERZO (Orgs.). Processos e efeitos da produção de conhecimentos com populações indígenas: algumas contribuições. Goiânia: Editora da Imprensa Universitária, 2020.
MENON, Dilip M. (Ed.). Changing Theory: Concepts from the Global South. London: Routledge. 2022.
OLIVEIRA, Amurabi, RÚA, Maximiliano. Formação de professores para o ensino de Antropologia no Brasil e na Argentina. Perspectiva, v. 35, n. 1, p. 92–112. 2017. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-795X.2017v35n1p92
PEGGION, Edmundo. O reverso da etnografia: as possibilidades da escrita indígena. R@U,v. 9, n. 2, p. 47-61, jul./dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.52426/rau.v9i2(suplemento).220
PEGGION, Edmundo A. Educação e Diferença: a formação de professores indígenas em Mato Grosso. Em Aberto, Brasília, vol. 20, n. 76, p. 44-53, fevereiro de 2003. DOI: https://doi.org/10.24109/2176-6673.emaberto.20i76.2183
PRIMO DOS SANTOS SOARES, Manuela. A autoria coletiva e a autoetnografia: experiências em antropologia com as parentas Karipuna do Amapá. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, vol. 17, n. 2, e20210026. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/2178-2547-BGOELDI-2021-0026
RAMOS, Alcida Rita. Intelectuais indígenas abraçam a antropologia. Ela ainda será a mesma? Anuário Antropológico, v. 48, n. 1, p. 11-27. 2023. DOI: https://doi.org/10.4000/aa.10471
SANTOS, Tamires Cristina. Etnografia de uma Lei: O ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos. 2019.
SILVA, Eliane A. da, BARBOSA, Raoni B., e CUNHA, Lidiane A. da. As Ciências Sociais e o desafio da Antropologia na prática docente na Educação Básica. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 16, n. 3, p. 1493–1508. 2021. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16iesp.3.15294
TUHIWAI SMITH, Linda. Decolonizing Methodologies: Research and Indigenous People. London: Zed Books. 2021.
XIKRIN, Bepky, BOLLETTIN, Paride. Reappropriating the Trincheira-Bacaja Indigenous Land. Visual Ethnography, v. 11, n. 1, p. 149-162. DOI: http://dx.doi.org/10.12835/ve2022.1-109
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Paride Bollettin, Amanda Cristina Danaga, Edmundo Antonio Peggion

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Conforme recomendado pelo o Public Knowledge Project, a RCD adota para seus artigos uma licença CREATIVE COMMONS: Atribuição CC BY 4.0.
Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e construam sobre o seu trabalho, mesmo comercialmente, desde que lhe dêem crédito pela criação original.
Esta é a licença mais adequada oferecida.
Recomendado para a máxima divulgação e uso de materiais licenciados.